A Petrobras finalmente atingirá a auto-suficiência na produção de petróleo no próximo ano e este deverá ser um dos marcos mais festejados no País. O reflexo imediato será a adoção de uma política independente para o preço doméstico dos combustíveis, sem o atual atrelamento às cotações internacionais.
O presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, deu a informação durante o ato de assinatura dos contratos para a construção da plataforma P-53, a primeira a ser construída quase inteiramente pela indústria naval brasileira.
Além da não-dependência do mercado externo quanto à fixação dos preços cobrados do consumidor brasileiro, a auto-suficiência terá também reflexos positivos na garantia física do fornecimento dos combustíveis.
Gabrielli não descartou a possibilidade bastante plausível de as cotações permanecerem elevadas em 2006, mas com a volatilidade do mercado a tendência é a conquista de uma certa diferença entre os preços brasileiros e os internacionais.
Com a política adotada em 2001 de importar petróleo por meio de vários agentes, assinalou o presidente da Petrobras, a empresa manteve a prática de alinhar os preços dos combustíveis nas refinarias aos preços internacionais.
A empresa vai investir US$ 950 milhões na construção da P-53, a fim de incrementar a produção do campo Marlim Leste, na Bacia de Campos, uma das maiores jazidas de petróleo bruto em águas profundas do País. A previsão é que a plataforma entre em operação em 2007.
Um consórcio formado pelas empresas Queiroz Galvão, Ultratec e Iesa será responsável pela construção do módulo principal da plataforma, cujo casco será fabricado por um estaleiro de Cingapura. A montagem final vai ocorrer na área do Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul.
Sem dúvida, o Brasil está registrando grandioso passo no sentido de colocar-se lado a lado com os países mais evoluídos na exploração e refino de combustíveis fósseis. Quando os preços internos começarem, efetivamente, a pesar menos no orçamento dos usuários, o País terá ingressado numa fase avançada de seu processo de desenvolvimento, com visíveis desdobramentos em outros setores vitais.
Boas novas para um final de ano marcado por tantos infortúnios.
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