O representante da Comissão Nacional Técnica de Biossegurança (CTNBio), Edilson Paiva, rebateu hoje as críticas à decisão da comissão de liberar a comercialização do algodão com até 1% de sementes geneticamente modificadas. Ele disse que foram considerados o fato de boa parte da produção de algodão já estar contaminada com as sementes transgênicas e de que sua proibição levaria o produtor à ilegalidade. Ou até ao risco de não vender a sua produção, o que poderia provocar o desabastecimento no País.

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A decisão da CTNBio sobre o algodão está sendo questionada pelo Ministério do Maio Ambiente em recursos à própria comissão, que liberou o algodão no dia 23 de novembro. Paiva participa de audiência pública para discutir a decisão da CTNBio na Comissão de Agricultura na Câmara. Participaram também da audiência representantes de organizações não governamentais, do Ministério do Meio Ambiente e o diretor de Assuntos Corporativos da Monsanto, Rodrigo Almeida.

O gerente de recursos genéticos do Ministério do Meio Ambiente (MMA) Rubens Nodari,disse que o argumento de que a produção de transgênicos leva à redução do uso de herbicidas é falho. Ele citou um dado do Rio Grande do Sul segundo o qual de 2000 a 2003 aumentou de 7,4 milhões de quilos para 14,3 milhões de quilos o uso do herbicida glifosato. Isso num Estado em que acontece o plantio de transgênicos em larga escala.

Nota

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Durante a audiência pública a Monsanto distribuiu uma nota afirmando que a empresa acredita "nos benefícios que a biotecnologia poderá trazer à cotonicultura brasileira, especialmente devido à comprovada redução do uso de agroquímicos proporcionada por esta tecnologia em países onde o cultivo de variedades transgênicas de algodão é aprovado, como Índia, África do Sul, China e Austrália, beneficiando tanto o meio ambiente quanto a saúde. A nota diz ainda que a empresa aguarda um novo e claro marco regulatório que regulamente a biotecnologia e proporcione o progresso científico no País.