O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) confirmou hoje (24) a suspensão de financiamentos totais de R$ 227 milhões ao grupo Schincariol, anunciados em fevereiro e destinados a obras de expansão de produção. A suspensão se deu em razão das suspeitas de sonegação fiscal. O financiamento é uma operação indireta, ou seja, os recursos seriam repassados por outros agentes – no caso, um consórcio de bancos liderado pelo Bradesco.
Ao justificar o porquê da suspensão, o BNDES esclareceu que, quando pedidos de financiamento chegam ao banco, sejam de operações diretas ou indiretas, a empresa que pede os recursos anexa ao pedido declarações de impostos em dia, exigência que foi cumprida pela cervejaria Schincariol. Porém, com a prisão da diretoria da empresa pela Polícia Federal por suspeita de sonegação, as declarações podem não corresponder à verdade, na avaliação do banco.
O BNDES informou ainda que a operação ficará em suspenso até o posicionamento final da Polícia Federal sobre o caso. O banco esclareceu ainda que as garantias da operação são todas do consórcio de bancos, que além do Bradesco inclui o Itaú BBA, o Unibanco e o Banco do Brasil.
Na época do anúncio da aprovação de recursos, em fevereiro desse ano, o BNDES informou que o crédito seria repassado para o grupo em dois financiamentos, para duas empresas do grupo. Um deles, no valor de R$ 105 milhões, iria para a Primo Schincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes S/A, para a instalação de uma unidade em Igrejinha, no Rio Grande do Sul. O projeto estava orçado em R$ 212,3 milhões e a companhia entraria com os restantes R$ 106,8 milhões.
O outro financiamento, de R$ 122,3 milhões, seria liberado para a Primo Schincariol Indústria de Cervejas e Refrigerantes do Norte-Nordeste S/A, empresa do grupo responsável pela construção da fábrica em Benevides, no Pará. O projeto demandava investimentos totais de R$ 229,4 milhões, dos quais R$ 107 milhões seriam aportados pela própria empresa.
