BNDES revê normas de patrocínio para recuperação de prédios históricos

Rio (AE) – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está revendo normas para concessão de patrocínio para recuperação de construções históricas. A intenção, já para 2006, é priorizar obras que sirvam à comunidade, promovam o desenvolvimento econômico da região e tenham como se sustentar no futuro.

As novas regras serão anunciadas pelo presidente do BNDES, Guido Mantega, daqui a duas semanas. O principal objetivo é se concentrar não só no trabalho de restauro. "Não adianta só recuperar uma construção, é preciso pensar em como a comunidade voltará a usá-la. Ela tem que ter uma função social", diz Elvio Gaspar, chefe de gabinete da presidência.

A forma de seleção dos projetos deverá sofrer modificação, ainda não divulgada. Outra mudança prevista é estender os investimentos a itens que não pertençam necessariamente ao período colonial e imperial do Brasil, como é atualmente. "Em geral, o monumento degradado está fora de função na cidade. Muitos já passaram por outras reformas e voltaram a se deteriorar. Se não alargarmos o conceito do trabalho de recuperação, isso pode acabar acontecendo de novo, daqui a dez anos", afirma Paula Porta, assessora da presidência do banco.

Um exemplo de instituição que se enquadra na proposta é o Theatro José de Alencar, em Fortaleza, o mais importante do estado do Ceará. A casa oferece ao público de baixa renda espetáculos gratuitos de música, teatro e dança – no ano passado 60% de seus 213 mil visitantes entraram sem pagar. Até o fim de dezembro, serão inauguradas outras obras custeadas pelo BNDES. Em Belo Horizonte, por exemplo, foi criado o Museu de Artes e Ofícios, que ocupará edifício construído em estilo neoclássico e situado na Praça Rui Barbosa. Para tanto, foram consumidos R$ 2 6 milhões. Em Laguna (SC), foi restaurada a Igreja Matriz de Santo Antônio dos Anjos, erguida entre os anos de 1696 e 1735, que guarda tela do pintor catarinense Vitor Meirelles. O templo, tombado, recebeu R$ 1,1 milhão em recursos. Ainda estão em andamento obras na Estação da Luz, em São Paulo, no Museu Nacional de Belas Artes, no Mosteiro de São Bento, no Theatro Municipal e na Igreja da Candelária, todos no Rio.

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