Rio – A Petrobras anunciou hoje (1) que obteve financiamentos de R$ 1,6 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a construção de gasodutos. Os projetos beneficiados são o Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene) e o Coari-Manaus, que levará o gás da província amazônica de Urucu à capital do Estado. Cada um ficará com R$ 800 milhões. Os dois projetos são considerados fundamentais para a ampliação do mercado brasileiro de gás natural.

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O Gasene vai levar o combustível produzido no Sudeste ou importado da Bolívia para o mercado nordestino. O projeto é dividido em três trechos e os recursos obtidos no BNDES serão destinados ao ramal entre Cabiúnas, no Rio de Janeiro, e Cacimbas, no Espírito Santo. A empresa informou que este trecho vai permitir o escoamento, para outros mercados do Sudeste, da produção de gás no litoral capixaba, nos campos de Golfinho e Peroá e Cangoá, que entram em produção no ano que vem.

Já o Coari-Manaus vai contribuir para a redução da Conta de Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC), paga por todos os consumidores de eletricidade do País para subsidiar o custo de geração termoelétrica no Norte do País. Quando entrar em operação, o gasoduto vai permitir que as térmicas da região de Manaus operem usando gás natural, em vez de diesel ou óleo combustível. A CCC arrecada nas contas de eletricidade cerca de R$ 3,5 bilhões por ano.

Neste projeto, a Petrobras também vai construir um duto para levar o gás liqüefeito de petróleo (GLP) produzido em Urucu para Coari, às margens do Rio Solimões, facilitando o escoamento do combustível.

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Argentina

O secretário-executivo de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, João Souto, disse que os governos brasileiro e argentino estão negociando a retomada das importações de gás do País vizinho para a região Sul do Brasil. O envio do gás foi suspenso no ano passado, após o início da crise energética na Argentina. Segundo Souto, a expectativa é de que as negociações sejam concluídas no início do ano que vem. O gás argentino abastece a térmica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul.

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Souto informou que o governo analisa diversas alternativas para ampliar o fornecimento de gás no País, inclusive a importação de gás natural liqüefeito (GNL) da África. A idéia já foi trabalhada há três anos entre Petrobras e Shell, mas acabou suspensa com o fracasso do Programa Prioritário de Termeletricidade (PPT). Agora, com a possibilidade de uso das térmicas, em razão da dificuldade na construção de novas hidrelétricas, o projeto de GNL voltou a ser discutido entre o governo e a estatal.

Segundo Souto, em 2010 o Brasil estará importando 46 milhões de metros cúbicos de gás, que, somados aos 68 milhões produzidos internamente, vão garantir os 108 milhões de metros cúbicos estimados para o consumo naquele ano. Hoje, o País importa cerca de 25 milhões de metros cúbicos de gás por dia pelo Gasoduto Bolívia-Brasil.