Cinco setores de infra-estrutura devem investir, juntos, R$ 197 9 bilhões de 2007 a 2010, segundo pesquisa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os setores estudados – energia elétrica, comunicações, portos, ferrovias e saneamento – investiram R$ 123,5 bilhões, no período de 2002 a 2005.
De acordo com o boletim "Visão do Desenvolvimento" número 20 da instituição financeira, caso a previsão se concretize, o crescimento real dos investimentos será equivalente a 10% ao ano. Os investimentos em infra-estrutura apresentam maior risco de não serem efetivados que os de indústria, ressalvam os autores do trabalho, o superintendente da Secretaria de Assuntos Econômicos do banco Ernani Teixeira Torres Filho e o assessor da presidência da instituição Fernando Pimentel Puga.
"Os fatores de risco de atraso mais importantes hoje variam de problemas relacionados ao marco regulatório à incerteza do ponto de vista ambiental", dizem os economistas no texto. Eles citam também dificuldades de uso de recursos de origem fiscal, dos governos, e lembram que investimentos de infra-estrutura são de longo prazo e devem andar na frente da demanda.
A oferta de recursos de longo prazo, porém, já não é mais um fator de dificuldade para esse tipo de investimento, consideram os autores. "Existem nesse momento fundos públicos e privados que podem ser atraídos para esses projetos com relativa facilidade", atestam no texto.
Energia
Os investimentos em energia elétrica entre 2007 e 2010 devem somar R$ 88,2 bilhões, de acordo com o estudo do BNDES. Isso equivaleria a um aumento de investimentos de cerca de 16,6% ao ano sobre o período de 2002 a 2005, quando foram investidos R$ 40,8 bilhões no setor, segundo informações da pesquisa.
O trabalho coloca a energia elétrica como o setor de infra-estrutura que mais vai receber investimentos nos próximos quatro anos. O estudo prevê que serão investidos no setor até 2010 R$ 48 bilhões em geração; mais R$ 16 bilhões em transmissão e R$ 24 bilhões em distribuição.
Teles
No setor de telecomunicações devem ser investidos, de 2007 a 2010, 58,8 bilhões, ficando no mesmo patamar que entre 2002 e 2005, quando somaram R$ 58,7 bilhões, aponta o estudo. "Vislumbram-se investimentos em telefonia fixa referentes à expansão da oferta de serviços de maior valor agregado, como o acesso à internet em banda larga, e na oferta de vídeo, como forma a completar o chamado ‘triple play’ (voz, dados e vídeo)", diz o texto.
Os responsáveis pelo trabalho apontam também que existe uma perspectiva de um novo ciclo de investimentos na telefonia móvel devido à licitação da terceira geração, prevista para o ano que vem. No entanto, afirmam, "não devem ser repetidos os níveis elevados observados entre 1997 e 2001, quando as empresas realizaram pesados investimentos na universalização do sistema de telefonia fixa, e, na telefonia móvel, houve a implantação das operadoras das bandas A, B, D e E".