Executivos da nova Varig estão no BNDES nesta tarde para apresentar um plano de negócios que servirá de base para um pedido de financiamento para compra de jatos da Embraer. A informação foi confirmada pelo presidente do BNDES, Demian Fiocca.
Ele informou que o banco montou uma linha para financiar a venda de aviões da indústria aeronáutica brasileira para as companhias aéreas nacionais. Segundo ele, o assunto foi discutido desde o fim do ano passado com empresas do setor, entre elas, a Gol e a TAM.
"Isso não é uma linha para a Varig. É uma linha para todo o setor. A Varig é uma das empresas que poderão se financiar", ressaltou. "Ela ainda não deu entrada com a carta-consulta." Na prática, a reunião que começou às 15 horas funcionará como um primeiro passo no processo. As informações são de que têm havido contatos informais dos novos donos da Varig com o BNDES, desde a venda da empresa para a VarigLog.
Em linhas gerais, a linha que o banco criou para estimular as vendas da Embraer para o mercado local prevê financiamento de até 85% de cada avião, com spread de 1% (abaixo da média cobrada pelo BNDES) e correção de 90% pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e os 10% restantes em dólar.
Fiocca explicou que a Embraer é uma das grandes empresas brasileiras e que o BNDES participou de seu desenvolvimento com financiamentos às exportações. Contudo, ele citou que a linha que o banco tinha para a Embraer era focada no mercado externo, em dólares e com características diferentes do financiamento recém-lançado para o mercado local. "Houve interesse de outras empresas nacionais. Mas ainda não se concretizou.
Segundo o diretor de Insumos Básicos e Infra-estrutura do BNDES, Wagner Bittencourt, a TAM, que se interessou pelo financiamento, "teve estratégia de comprar equipamentos maiores", referindo-se à aquisição de jatos da Airbus, em vez dos modelos da Embraer.