Rio – Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) este ano totalizaram R$ 47 bilhões, 18% a mais que no ano passado, segundo resultados preliminares divulgados hoje (29) pela instituição. Com isso, a instituição atingiu com um ano de atraso a meta de 2004 e está mantendo, provisoriamente, a deste ano, de R$ 60 bilhões, para o ano que vem.

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Apesar disso, o presidente da instituição, Guido Mantega mostrou otimismo. Disse que as aprovações do BNDES de operações para a indústria este ano, de R$ 26 bilhões até novembro, o dobro das de 2004, indicam que o setor vai crescer 6% ou 7% no ano que vem e puxar o crescimento econômico do Brasil, que, previu, será de 5%. "Já há capacidade produtiva acumulada para fazer 5% fácil. Poderia até ser mais de 5%, mas não quero ser otimista", afirmou Mantega. Para este ano, diz não saber se a variação será de 2,5% ou 3%.

Na quarta-feira, o Banco Central divulgou seu relatório trimestral de inflação mantendo a previsão de crescimento econômico para o ano que vem em 4%, contrariando afirmações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que como Mantega esperam 5%. "Não sei em que dados o Banco Central se baseou. Confio mais nos meus dados do que nos deles (do BC)", disse o presidente do BNDES.

Ele acredita que a agricultura vai se recuperar em 2006 e crescerá 5% e o comércio, 2%. O presidente do BNDES previu ainda que o investimento em máquinas, equipamentos e novas plantas atingirá 22% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano que vem.

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Mantega considerou a meta não atingida de aumentar os desembolsos do BNDES em 50% este ano em relação a 2004 "muito ambiciosa" e considerou que "crescer 18% é um bom número", disse. "Qualitativamente, o resultado fica mais favorável ainda" afirmou. Ele explicou que os desembolsos para indústria cresceram 48% e para a infra-estrutura o aumento foi de 12,7%. De acordo com ele, a queda de 41% para agropecuária foi causada por problemas climáticos e de preços internacionais.

Para Mantega, "orçamento de banco é diferente de orçamento de ministério". "Banco tem é disponibilidade de crédito. Significa que sobrou dinheiro", disse.

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De acordo com ele, contribuíram para o desempenho do BNDES ter ficado abaixo da meta a valorização do real, os juros altos, a crise do setor agrícola, a recuperação de empresas do setor elétrico e um erro na previsão de tempo de grandes projetos, tendo alguns ficado para o ano que vem.