O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por meio da subsidiária BNDESPAR, aderiu a um fundo que permitirá ampliar os investimentos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Em nota divulgada nesta segunda-feira (12), o banco informa que o Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios Não-Padronizados (FIDC-NP) terá valor de R$ 150 milhões, com cotas disponibilizadas ao mercado. O BNDES será o principal investidor, com aporte de R$ 75 milhões, o que equivale a uma participação de 50%.
Ainda de acordo com a instituição financeira, esta é a primeira operação de captação em FIDC Não-Padronizado do mercado brasileiro e "revela o potencial de financiamento de projetos de infra-estrutura social com mecanismos de mercado".
Segundo BNDES, essa linha de atuação vem sendo adotada "como forma de complementar recursos para projetos consistentes com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento)".
A nota do banco informa também que os recursos arrecadados com o fundo serão aplicados em um programa de investimentos da CPTM de R$ 670 milhões. Estão incluídos projetos de recapacitação da Linha F (Brás-Calmon Viana) e a extensão da Linha C até Grajaú. Esses investimentos, segundo o BNDES, deverão estar implantados até 2008.
A expansão da linha C e a recapacitação da Linha F, conforme o comunicado, beneficiarão cerca de 580 mil passageiros por dia da região metropolitana de São Paulo, envolvendo a capital do Estado, além de Poá, Itaquaquecetuba e Osasco. O projeto prevê a incorporação de 10 trens (30 carros) à frota da linha, que hoje estão imobilizados e serão totalmente recuperados.
O BNDES é o principal investidor da operação de FIDC Não-Padronizado da CPTM, e a Rio Bravo Investimentos S.A. Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários é a instituição financeira que estruturou o Fundo.
A operação financeira consiste em securitizar a receita futura proveniente da venda de bilhetes da CPTM, ou seja, esta receita é dada como garantia de pagamento aos investidores do Fundo. A operação tem prazo de sete anos e seu custo final é de IPCA mais 9% ao ano.