Rio de Janeiro – O setor de papel e celulose brasileiro deve investir até 2010 cerca de R$ 19,9 bilhões. Segundo o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, a estimativa, conservadora, foi apresentada hoje (20) a líderes do setor, durante encontro que abriu o ciclo de reuniões setoriais que a instituição fará com representantes da indústria de base, grande demandante de recursos do banco.

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?Concluímos que deveremos ter no período 2007/2010, comparado ao período anterior de 2002 a 2005, um crescimento anualizado do nível de investimentos do setor de papel e celulose que corresponde a 17% ao ano?, disse Fiocca. ?É um crescimento extremamente robusto de investimentos?.

Os projetos de R$ 19,9 bilhões de investimentos deverão ter financiamentos de R$ 11,7 bilhões do BNDES. Demian Fiocca informou que o setor irá multiplicar o nível de investimentos em relação ao número recente, que era de R$ 9,1 bilhões nos quatro anos anteriores, para pouco mais do que o dobro nos próximos quatro anos.

Fiocca lembrou que os desembolsos do BNDES para o setor vêm crescendo nos últimos anos. Segundo ele, em 2004, foram de R$ 1 bilhão, em 2005 passaram para cerca de R$ 1,3 bilhão e este ano deverão chegar a R$ 2,2 bilhões. "O BNDES vai mais do que dobrar seu desembolso para o setor em apenas dois anos?, afirmou. Cálculos de técnicos do banco estimam o crescimento das liberações em 2006 em 69% na comparação com o total desembolsado no ano passado.

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Até agosto deste ano, a instituição aprovou financiamentos para projetos de expansão da produção de papel e celulose no valor de R$ 3 bilhões, que totalizaram investimentos de R$ 5,5 bilhões.

De acordo com Fiocca, a tendência de desembolsos continua crescente devido às perspectivas favoráveis de crescimento para o setor. Para ele, entre os fatores que reforçam esse otimismo, estão a estabilidade econômica, que permite olhar para um horizonte mais longo e a baixa possibilidade de crises de natureza macroeconômica no país, dados os bons fundamentos econômicos.

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Fiocca citou também a existência de questões setoriais favoráveis, como o fato de o Hemisfério Sul e o Brasil, de forma particular, se destacarem pelo custo mais baixo da produção e a existência de um processo de obsolescência de plantas no Hemisfério Norte. Segundo ele, há possibilidade de substituição dessas plantas no hemisfério Sul, em especial no Brasil.

Outro fator favorável ?é o investimento importante, e bem sucedido no Brasil do ponto de vista tecnológico e de inovação, que contribuiu fortemente para o aumento da produtividade das florestas no país?, informou. Na década  de 80, a produção média brasileira era de 23 metros cúbicos de eucalipto por hectare ao ano. Esse número subiu para 29 metros cúbicos por hectare ao ano na década de 90 e atualmente está em 40 metros cúbicos por hectare ao ano.

?Estamos vendo que, em 20 anos, o Brasil, em média, dobrou sua produtividade. Isso com investimentos em gestão, tecnologia e aprimoramento do setor?, afirmou Fiocca. Ele acrescentou que essa trajetória de produtividade reflete também a redução do impacto ambiental.