BNDES eleva em 140% crédio para o setor de petróleo

Rio – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) fechará o ano com desembolso de R$ 2,9 bilhões para a área de petróleo e gás. O valor supera em 140% o montante liberado ano passado para o setor. A carteira do banco, incluindo projetos desde a fase de perspectiva e análise até contratados, soma investimentos R$ 28,7 bilhões, dos quais cerca de metade poderá ser financiada pelo banco de fomento.

O gerente da área de infra-estrutura do banco, Ricardo Cunha da Costa, explica que o setor energético é prioritário e os investimentos vem crescendo. Apenas a Petrobras tem investimentos projetados de US$ 56,4 bilhões, entre 2006 e 2010. "Há, portanto, uma oportunidade notável para o desenvolvimento do setor, mas também um grande desafio para torná-lo sustentável", registra um estudo sobre o setor, elaborado pelo banco.

Segundo o trabalho, um dos desafios é o fortalecimento da cadeia produtiva de fornecimento de equipamentos e serviços. Os dados dos desembolsos para o setor indicam um crescimento nos últimos anos. Em 2004, especificamente, os valores foram menores (os desembolsos somaram R$ 1,22 bilhão), dentre outros motivos, porque não houve praticamente liberações para plataformas. Em 2005, os desembolsos para o setor representam 6% do total – o dobro do peso em 2004.

No início do mês, a Petrobras obteve financiamento de R$ 1,6 bilhão do banco para dois projetos de gasodutos, considerados relevantes para a expansão do mercado brasileiro de gás natural. Os recursos foram liberados para o Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene) e o Gasoduto Coari-Manaus, que permitirá levar o gás da reserva de Urucu (AM) à capital. O Gasene será usado para transportar o gás produzido no Sudeste ou vindo da Bolíva para o Nordeste.

O estudo do banco conclui que a atual infra-estrutura de transporte e distribuição de gás natural "está muito aquém da necessária para atingir a capilaridade requerida ao atendimento dos diversos segmentos consumidores e permitir a maior inserção do combustível na matriz energética".

Segundo Cunha da Costa, para desenvolver o mercado é preciso estender as malhas, o que gera economias de escala. Para isso, "são fundamentais os investimentos previstos".

O trabalho também cita a necessidade de modernizar as refinarias nacionais, que já têm "elevada vida útil", assim como foram projetadas para processar óleo leve, basicamente importado, e progressivamente o País aumenta a produção local, de petróleo pesado. Os dados dos projetos em carteira no banco mostram que R$ 12,4 bilhões referem-se a exploração e produção, inclusive plataformas e refino.

Deste valor R$ 6,868 bilhões referem-se a projetos contratados, aprovados ou em análise e os R$ 5,553 bilhões restantes, enquadrados ou em perspectiva. O trabalho mostra que os investimentos em plataformas incluem as unidades de produção P-51, P-52 e P-54, todas já contratadas. Outros R$ 7,722 bilhões dos projetos em carteira são no segmento de transporte a gás e R$ 4,894 bilhões, termelétricas a gás.

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