BNDES é trampolim para mercado externo

As indústrias que enviam seus projetos de investimento ao Banco de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão progressivamente interessadas em participar do mercado internacional. A avaliação foi feita pelo assessor da presidência da instituição, Carlos Gastaldoni, há 31 anos no banco de fomento e ex-secretário de Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

"Cada vez mais, nos projetos que dão entrada na área industrial, as empresas mostram interesse em começar um processo de internacionalização." O movimento, detectado pelo banco nos últimos anos, levou o BNDES a formatar uma linha específica para estimular a inserção das empresas no mercado externo, que já acumula três contratações, a primeira para a Friboi.

Nessa operação, o banco financiou US$ 80 milhões para o frigorífico adquirir pelo menos 75% da argentina SwiftArmour. De menor porte, um financiamento de R$ 6 milhões foi aprovado para a Cooperativa Agroindustrial Lar instalar duas unidades de armazenamento em Mariscal Francisco Solano López e Yguazú, no Paraguai. No setor de software, a empresa CPM recebeu R$ 3,68 milhões para montar estrutura comercial e de vendas no exterior.

A linha serve, na prática, para investimentos no exterior, como aquisições, instalações industriais, depósitos, estruturação de canais de comercialização. Para aprovar projetos na linha, contudo, o banco exige que os valores financiados devem ser compensados com o futuro ingresso de recursos no País no mesmo montante, via compromisso de exportações ou remessa de lucros, e impõe uma taxa maior do que a destinada aos investimentos dentro do País.

O banco ainda oferece operações de renda variável, com entrada no capital de empresas, em processos de reestruturações que considera viáveis e não afetam a concorrência de mercado. Ele cita que, em grandes projetos desse tipo que o banco considera importantes para o País, um instrumento de estímulo é a entrada com participação acionária. A iniciativa é das empresas.

De forma geral, o banco já participou de operações de investimento com entrada no capital de empresas como Weg, Marcopolo, Vale do Rio Doce, Perdigão, entre outras, grupo que tem maior inserção no mercado internacional. São recursos usados para fortalecimento e expansão que acabam apoiando ações ligadas à internacionalização.

Setores de indústria de base também são prioridade na política do governo e do banco, independentemente da origem da empresa, para investimentos voltados ao atendimento dos mercados interno e externo.

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