O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aumentou para R$ 100 mil o limite do Cartão BNDES, instrumento de crédito automático. O valor é o dobro do que vigorava até hoje (12).

continua após a publicidade

Segundo o presidente do banco, Guido Mantega, o objetivo é ampliar o leque de possíveis clientes da linha de crédito, voltada para a compra de máquinas e equipamentos por pequenas empresas e profissionais liberais. O executivo espera que até o fim do ano o número de cartões emitidos passe dos atuais 31 mil para 100 mil.

"Fizemos um estudo que indicou que seria importante ampliar o limite, pois atrairíamos um número maior de empresários", contou Mantega. O Cartão BNDES foi lançado em 2003 e funciona como uma espécie de cartão de crédito, com recursos pré-aprovados para a compra de bens em fabricantes cadastrados no BNDES. As encomendas podem ser financiadas em até 24 meses, a uma taxa de juros de 1,44% ao mês. A média de empréstimo obtido pelos clientes deste produto está hoje na casa dos R$ 15 mil.

De acordo com Mantega, os usuários do cartão têm hoje um volume de recursos da ordem de R$ 500 milhões, valor que deve triplicar com o aumento do limite aprovado esta semana pela diretoria do banco estatal.

continua após a publicidade

Os cartões podem ser adquiridos no site do BNDES, que tem como parceiros na concessão do crédito os bancos Bradesco, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil.

"Estamos apostando mais no cartão e vamos, inclusive, lançar uma campanha para divulgá-lo", afirmou o executivo.

continua após a publicidade

O produto faz parte de uma estratégia do banco para desburocratizar e reduzir o custo dos financiamentos. "É um crédito que pode ser usado para comprar desde computadores a equipamentos para consultórios de odontologia, exemplificou Mantega.

Para as grandes empresas, lembrou ele, o BNDES também criou uma linha de crédito pré-aprovada, de até R$ 900 milhões, já disponível para clientes antigos com histórico de "bons-pagadores".

Em palestra ara executivos na Associação Comercial do Rio, o presidente do BNDES disse que ampliação das linhas de crédito direcionado é condição para que o Brasil consiga manter o ritmo de crescimento nos próximos anos, uma vez que não há mais recursos estatais para garantir o investimento. "O crédito livre concedido pelos bancos privados, é insuficiente, representa apenas 25% do PIB, é muito acanhado no País", avaliou, acrescentando que o incentivo ao mercado de capitais é outra alternativa para aumentar o potencial de financiamento da economia brasileira.

Nesse caso, ele citou como exemplos de atuação do banco a segunda captação do fundo PIBB, já em preparação, e a disposição do BNDES de entrar no capital de empresas que planejam investir. "Precisamos colocar a poupança privada, hoje aplicada em renda fixa, para financiar a produção", destacou.