BNDES diz que, até agora, não há interessados na compra da Varig

Brasília – O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDES), Demian Fiocca, disse hoje (16) que ainda não apareceu, oficialmente, nenhum investidor interessado em comprar a Varig com o empréstimo-ponte do BNDES. As declarações foram dadas em audiência pública no Senado, promovida por quatro comissões da Casa, para debater uma solução para a companhia aérea.

Fiocca informou que o BNDES recebeu várias consultas informais. Para ele, um dos motivos para a não-oficialização dos eventuais interessados pode ser a prorrogação do prazo, em 48 horas, dado pelo BNDES a pedido do juiz Luiz Roberto Ayoub, da 8ª Vara Empresarial, que cuida do processo de recuperação da empresa. O prazo que deveria se encerrar na Segunda-feira (15), às 18 horas foi prorrogado para esta quarta-feira.

Apesar da pressão dos trabalhadores da companhia aérea, Fiocca descartou a possibilidade de o Banco alterar os critérios para a concessão do empréstimo-ponte.

Por se tratar de um empréstimo emergencial, que só pode ser concedido a um investidor interessado que apresente garantias, "o BNDES não tem condições de fazer um empréstimo direto à Varig", disse.

Durante a audiência, o comandante Márcio Marsilac, da entidade TGV (Trabalhadores do Grupo Varig), chegou a atribuir a ausência de interessados aos critérios adotados pelo BNDES. Mas, de acordo com Fiocca, a garantia pedida pelo banco é uma fiança bancária. Ele afirmou que o custo da taxa Selic (taxa básica de juros da economia, fixada pelo Banco Central) do empréstimo, considerado elevado pelos trabalhadores, é adequado. "Se, por acaso, o investidor que pegar o empréstimo não for o que vencer o leilão, ele será ressarcido pela Varig em 200% da Selic", explicou.

Fundo de pensão 

Na mesma audiência, o Secretário de Previdência Complementar (SPC), Adacir Reis, garantiu para os senadores que a liquidação dos planos de benefícios patrocinados pela empresa aérea poderá ser revertida, caso apareça um fato novo – a sobrevivência da empresa – que modifique a situação existente hoje.

Reis explicou os motivos que levaram a SPC a decretar a intervenção no fundo de pensão Aerus e a liquidação dos dois planos patrocinados pela Varig. De acordo com ele, o Aerus já deu, ao longo do tempo, uma forte contribuição para a sobrevivência da companhia aérea. "A Varig deve cerca de R$ 2,3 bilhões ao fundo de pensão", disse.

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