BNDES começa a avaliar proposta aprovada por credores para venda da Varig

Rio – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social recebeu, na manhã de hoje (10), a proposta aprovada pela assembléia de credores da Varig, que estabelece a venda de toda a empresa, incluindo as rotas domésticas e internacionais, ou somente a parte nacional. O leilão ocorrerá em, no máximo, 60 dias.

Segundo a assessoria de imprensa do BNDES, a equipe técnica do banco encarregada de conduzir o processo Varig vai se dedicar agora a analisar a proposta, aprovada ontem (9), para determinar a viabilidade do projeto.

Assessores do BNDES explicaram que a instituição está disposta a financiar o investidor que queira aplicar recursos na Varig, mas descartaram qualquer ajuda direta à companhia aérea. A assessoria informou que o BNDES poderá divulgar, nas próximas horas, comunicado sobre sua intenção de participar do processo de recuperação da Varig, mas alertou que não existe nenhum compromisso sobre datas ou horários.

O consultor Marcelo Gomes, da Alvarez & Marsal, empresa norte-americana contratada pelos credores da Varig para administrar o processo de reestruturação da companhia, confirmou a reunião hoje no BNDES.

Ontem, durante entrevista coletiva para falar sobre o plano de consenso aprovado pelos credores, Gomes revelou que alguns investidores já teriam procurado a Alvarez & Marsal para fazer consultas e iniciar estudos sobre a possibilidade de financiar a Varig até o leilão, através do empréstimo-ponte no valor de US$ 100 milhões, que deverá ser concedido pelo BNDES. Também ontem, Gomes disse que o BNDES poderá financiar até 50% dos investimentos no leilão da Varig.

As informações do consultor não foram, entretanto, confirmadas pelo banco. A proposta aprovada pelos credores reuniu as ofertas dos Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e da Alvarez & Marsal, dando ao mercado duas opções de compra dos ativos da Varig. A primeira opção envolve a venda em leilão da Varig Operacional, ao preço mínimo de US$ 860 milhões, enquanto o passivo ficaria com a Varig de Relacionamento, que continuaria sob recuperação judicial.

O outro modelo prevê a venda apenas da Varig Nacional, ou Regional, cujo lance mínimo atinge US$ 700 milhões. A Varig Internacional, por sua vez, arcaria com o passivo e permaneceria sob recuperação, detendo as rotas ao exterior da empresa.

O juiz Luiz Roberto Ayoub, que responde pela 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, ao qual está subordinado o processo de recuperação judicial da Varig, deu seu aval ontem mesmo ao plano aprovado, através de referendo apresentado na assembléia. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado do Rio, "está tudo bem encaminhado para o leilão que acontecerá no prazo de 60 dias". Para isso, falta apenas definir como será a participação do BNDES, seja através do empréstimo-ponte para pagamento aos credores correntes, seja no leilão, informou a assessoria do TJRJ.

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