Rio de Janeiro – O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, informou nesta terça-feira (23) que os investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para o setor, até 2010, no total de R$ 275 bilhões, serão realizados principalmente com financiamento e apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
?O financiamento do BNDES foi melhorado, aumentou-se o prazo de financiamento de 14 para 20 anos, aumentou-se para até 80% a parte financiável, reduziu-se o índice de cobertura da dívida e aumentou-se o prazo de carência de seis para 12 meses. Esse pacote de financiamento vai permitir que a geração seja mais barata no país?, afirmou.
O programa anunciado ontem (22) prevê que do total de investimentos, R$ 66 bilhões destinam-se à geração de energia elétrica; R$ 13 bilhões, à área de transmissão; R$ 179 bilhões, à de petróleo e gás natural; e R$ 17 bilhões, a combustíveis renováveis.
Segundo Tolmasquim, os investimentos planejados poderão elevar a capacidade de geração 12.400 megawatts (MW) até 2010 e depois que as usinas ficarem prontas, os investimentos representarão aumento de cerca de 27,5 mil MW. Atualmente, a capacidade instalada de geração no país é de 96 mil (MW).
Ele acrescentou que após 2010, os investimentos poderão ser ainda maiores, em especial nas hidrelétricas, que respondem por cerca de 82% da matriz energética. Mas destacou a participação das usinas térmicas, englobando biomassa, carvão e óleo combustível.
?O PAC também está possibilitando estudos de inventário hidrelétrico de bacias hidrográficas, o que permitirá conhecer melhor o potencial e ter mais usinas para licitar no futuro", informou. Atualmente, a EPE faz o inventário das bacias dos rios Tapajós, Aripuanã, Trombetas, Juruena, Araguaia, Sucunduri, Branco, Jarí, Itaquaiuna e Jatapu, que dá um total de mais 32.950 MW de usinas.
"Está sendo feito ainda o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental, que são as condicionantes colocar em licitação um empreendimento, em Belo Monte, Marabá, Tabajara, Apiacá, São Luís, São João da Barra e Prainha, que somam mais 25.768 MW", acrescentou. E analisou: "Isso é fundamental para termos usinas aptas à colocação em leilão".
Sobre a possível entrada da usina de Angra 3 no sistema elétrico, Tolmasquim disse que não aumentará, necessariamente, a participação da energia nuclear na matriz, hoje em torno de 3%.