Rio – O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou hoje (2) que foi aprovada a criação de um fundo no valor de R$ 442 milhões, cujo objetivo é a participação em empresas que atuam na área de logística. O diretor da área de Mercado de Capitais da instituição, Eduardo Rath Fingerl, informou que o novo instrumento faz parte do "esforço de apoio a empresas de menor porte via fundos de investimento".
O fundo é o segundo desse tipo aprovado recentemente pelo BNDES, que participará com R$ 60 milhões ? o primeiro se refere a governança e gestão. Também está em análise a formatação de um fundo de "capital semente" para apoiar empresas emergentes, inclusive as que se encontram em incubadoras de negócios para receber infra-estrutura de desenvolvimento e gestão.
O desafio do BNDES, afirmou o diretor, é identificar a melhor maneira de apoiar essas pequenas iniciativas, distribuídas pelas universidades e pelas incubadoras brasileiras. Ainda não há um valor estipulado para o fomento: "Nós ainda estamos fazendo esse mapeamento". A expectativa é que no prazo de até três meses esse fundo de "capital semente" já possa ser divulgado.
O diretor esclareceu que, por definição, todas as iniciativas apoiadas têm a característica da inovação, "mas não estamos falando de pesquisa e desenvolvimento: transcendemos essa área, envolvendo outros elementos como design, processos, rede de relacionamento".
O apoio do BNDES às empresas de base inovadora teve início quando a instituição estimulou o surgimento dos fundos de investimentos, principalmente de venture capital e de private equity, segundo o técnico Pedro Duncan, do Departamento de Inovação em Pequenas e Médias Empresas. O sentido das duas expressões é muito similar, de acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda.
A diferença é que venture capital, ou capital de risco, tem um sentido mais amplo, pois significa o "capital empreendedor". E private equity também se refere a capital empreendedor, mas se relaciona a fundos de investimento em participações de capital de empresas de capital aberto ou fechado, com envolvimento posterior da entidade gestora/investidora na gestão da entidade investida.
Duncan explicou que esses fundos têm um prazo determinado de investimento, cuja liquidez passa por um mecanismo de mercado onde se possa efetuar a venda desses papéis. Ele constatou que os fundos estão encerrando seu prazo de investimento e ainda não existe no mercado de capitais uma alternativa para que eles dêem liquidez às ações dessas empresas nascentes.
