Bloqueio de celular não impede comunicação entre criminosos, diz secretário

Rio – O secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Luiz Fernando Corrêa, disse hoje (24) que considera o uso de bloqueadores de celular uma medida insuficiente para impedir a comunicação entre membros do crime organizado que estão dentro e fora dos presídios.

Para o secretário, o maior problema é a entrada desses aparelhos no meio prisional. Ele defendeu que todas as pessoas que têm acesso aos presídios deveriam ser revistadas, inclusive os advogados dos presos."Ninguém deve estar imune à revista nos presídios, seja qual for a autoridade. É uma questão de disciplina".

Segundo ele, o crime organizado pode burlar essa medida fazendo uso de outros meios, como telefones por satélite, que não são de uso popular, mas podem ser adquiridos pelas facções criminosas. "Não vamos fazer de uma tecnologia a solução para tudo. Nós temos que ter todos os controles possíveis, bloqueador, detector de metal, bem como apurar a cooptação de agentes públicos pelo crime organizado e diminuir o contato humano".

O secretário citou o exemplo da unidade onde esteve preso o traficante Fernandinho Beira-Mar, na qual os advogados só falavam com o cliente com hora marcada, via parlatório, ou seja, sem contato físico. "Havia um desconforto com a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], mas era uma questão de segurança", ponderou. Corrêa disse que a freqüência diária de advogados em presídios, no caso de presos que cumprem pena, é desnecessária, pois não há surpresas no processo de execução da pena.

Na avaliação do secretário, a inteligência policial precisa identificar as lideranças criminosas e a estrutura dessas organizações (como opera, como se financia, qual é o suporte) e começar a desmontá-la, assim como estão sendo desmontadas as quadrilhas enquadradas pelas operações da Polícia Federal.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo