Antonio Scorza/AFP
Ao ser questionado nesta quinta-feira sobre um eventual uso da tecnologia no futebol, após os erros de arbitragem cometidos durante a Copa do Mundo da África do Sul, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou que não é o momento de discutir mudanças nas regras, mas acenou com a possibilidade de avanços na questão da linha do gol, para saber se a bola entrou ou não.
O dirigente declarou que a International Board, que tem a responsabilidade de decidir mudanças nas regras, terá uma reunião de negócios no dia 20 julho em Cardiff, que deve incluir a questão na pauta do encontro seguinte, programado para outubro.
De acordo com Blatter, a organização deve abordar o tema, que ele chamou de ‘goal line technology’. O presidente da Fifa não mencionou a possibilidade do uso de vídeo para resolver lances duvidosos, dando apenas a entender que algum dispositivo pode ser adotado para saber se a bola ultrapassou ou não a linha.
O principal erro de arbitragem da Copa na África do Sul aconteceu na partida de oitavas de final em que a Alemanha goleou a Inglaterra por 4-1. No fim do primeiro tempo, quando o placar ainda era de 2-1, o inglês Frank Lampard chutou de fora da área, a bola bateu no travessão e caiu quase 40 centímetros após a linha do gol, mas o árbitro uruguaio Jorge Larrionda mandou o lance seguir.
No mesmo dia, a Argentina venceu o México por 3-1 pelas oitavas, mas o primeiro gol sul-americano, anotado por Carlos Tévez, foi marcado em completo impedimento, que não foi percebido pela arbitragem.
Os dois lances, assim como outros erros durante o Mundial, provocaram muitos apelos em favor do uso da tecnologia no futebol, como já acontece em outros esportes, como o tênis e o futebol americano.
Em um editorial divulgado em março, o chefe da entidade máxima do futebol mundial apresentou argumentos contra a introdução de alguns métodos para ajudar os árbitros, como o uso do vídeo, considerando que a maior preocupação é não tirar a emoção do jogo.
“O que poderia impedir depois a introdução da tecnologia em outros aspectos da partida? Todas as decisões em campo seriam questionadas” e “isso cortaria o ritmo da partida”, insistiu Blatter em seu editorial.