Blair pede entrada de Brasil e mais quatro países no G-8

O primeiro-ministro Tony Blair vai sugerir durante a reunião de cúpula do G-8 neste final de semana em São Petersburgo que o grupo dos países mais ricos do mundo seja ampliado com a entrada de cinco nações em desenvolvimento – China, Índia, Brasil, África do Sul e México – transformando-se no G-13, informou hoje o jornal inglês The Guardian. Segundo o chefe de governo britânico, isso facilitaria as negociações de acordos multilaterais sobre o comércio, mudança climática e o Irã.

A proposta de formação do G-13 se insere na estratégia de "multilateralismo musculoso" promovida por Blair. Ele acredita que a única solução para os principais problemas internacionais depende de estruturas multilaterais mais fortes e uma maior disposição para se lidar com temas como a segurança e missões de paz, além do combate à pobreza.

Os líderes dos cinco países em desenvolvimento vão participar do encontro de São Petersburgo através de uma reunião ampliada com os colegas do G-8 na segunda-feira. Mas Blair está pressionado que esse arranjo seja mais formal. Ele observou que Brasil e Índia são atores-chave das negociações comerciais. A tentativa de se superar o impasse na rodada de Doha será um dos principais temas da agenda do encontro.

Blair também pretende acelerar o processo de negociação para um novo acordo sucessor do Tratado de Kyoto sobre mudança ambiental. Essa meta, segundo Blair, seria muito fortalecida pela inclusão dos países em desenvolvimento no G-8. "Não haverá maneira de se lidar com a mudança climática a menos que se chegue a um acordo que una os Estados Unidos, China e Índia", disse Blair ao Guardian.

Segundo o The Guardian, com a sua proposta Blair pretende atenuar as crescentes críticas ao fato do G-8 ter permitido que o presidente russo, Vladimir Putin, seja o anfitrião da cúpula do grupo neste ano. Blair está confiante que Putin não conseguirá evitar durante o evento discussões sobre as crescentes práticas antidemocráticas do governo russo. Mas o primeiro-ministro também está consciente de que a ajuda da Rússia é muito necessária para se manter uma frente internacional unida para se evitar que o Irã construa bombas nucleares.

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