Brasília – O presidente da CPMI dos Sanguessugas, deputado Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), disse nesta quarta-feira (22) que os depoimentos prestados à comissão, bem como os documentos recebidos, são insuficientes para evidenciar a compra do dossiê envolvendo o governador eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), e o então candidato tucano à presidência da República, Geraldo Alckmin, na compra superfaturada de ambulâncias.
"Até agora não só as gravações feitas no Hotel Íbis (em São Paulo) como todos os depoimentos colhidos apenas confirmam a participação nos fatos das pessoas que foram inquiridas. Mesmo assim ainda são absolutamente insuficientes para evidenciar se eles participaram da compra de um dossiê", disse Biscaia.
O deputado disse que o que se pode afirmar é que as versões apresentadas nos depoimentos tentam fazer crer que a operação foi uma negociação para obtenção de documentos, mas que nenhuma das pessoas ouvidas deu indício de envolvimento no pagamento pelas informações de posse dos donos da empresa Planan, Darci e Luis Antonio Vedoin, e tampouco da origem dos R$ 1,7 milhão apreendidos pela Polícia Federal com militantes do PT no Hotel Íbis.
Biscaia não concorda com a acareação entre os envolvidos no esquema. "Eu sou promotor de Justiça há 30 anos. Nunca, nesta minha trajetória, vi uma acareação produzir resultados", justificou.
O vice-presidente da CPMI, deputado Raul Jungman (PPS-PE), disse, no entanto, que o pedido de indiciamento à Polícia Federal e ao Ministério Público, bem como a acareação dos envolvidas na aquisição das informações junto à família Vedoin, são praticamente inevitáveis. "Acho que a CPI não tem outra alternativa senão indiciá-los, e acho fundamental a acareação entre eles para você, evidentemente, checar estas versões", afirmou.
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