Bird quer parceria com Brasil para ajudar pobres

O Banco Mundial (Bird) pretende trabalhar em parceria com o governo brasileiro em programas de ajuda para os países mais pobres do mundo e na conciliação de projetos de desenvolvimento econômico com os de preservação do meio ambiente. Essa parceria deverá se dar em paralelo aos desafios para a Rodada Doha em 2006, que serão definidos no domingo, ao final da Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio (OMC) de Hong Kong. A proposta foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo presidente do organismo internacional, Paul Wolfowitz.

"Depois de Hong Kong, teremos muito trabalho. Desenvolvimento econômico e ambiental têm de caminhar juntos", afirmou. "Podemos trabalhar juntos para ajudar os países mais pobres do mundo. Apesar de seu bom desempenho econômico, o Brasil é um país médio onde milhões de pessoas ainda vivem em condições de pobreza."

O pacote de ajuda às economias mais pobres do mundo é uma das questões que vem mobilizando nesta semana os negociadores brasileiros em Hong Kong. Sobretudo, pelo fato de boa parte desses países receberem benefícios da União Européia que os tornam dependentes de Bruxelas e massa de manobra dos interesses europeus nas discussões sobre comércio agrícola – sem promover o desenvolvimento econômico desejado.

No Palácio do Planalto, depois de seu encontro com Lula, Wolfowitz escapou de questões formuladas pela imprensa sobre a possibilidade de mudança na orientação da política econômica em 2006, em função do processo eleitoral, e sobre os escândalos de corrupção no País. O presidente do organismo preferiu esbanjar elogios ao País, qualificado por ele como uma liderança mundial em temas de comércio e de meio ambiente e um "gigante econômico" e ao presidente Lula, a quem chamou de "forte líder".

Wolfowitz preferiu declarar apenas que havia tratado da questão da corrupção de "forma mais ampla" com o presidente Lula. Mas destacou que é preciso fortalecer as instituições para a prevenção, a limitação e a redução dos efeitos desses crimes e, com o cuidado de não citar o Brasil, assinalou que se faz necessário desenvolver bons sistemas judiciário, transparência democrática e a imprensa livre.

"Este é um problema de todos os países do mundo, inclusive dos mais desenvolvidos. Nos Estados Unidos, também temos problemas de corrupção", afirmou. "Mas há, particularmente, problemas nos países mais pobres porque eles não dispõem de instituições. E essa é, na minha opinião, uma das razões pela qual eles são pobres", insistiu.

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