Biodiesel envolverá 200 mil famílias de agricultores até o final do ano

O interesse de empresas e agricultores na produção de biodisel tem levado o governo federal a antecipar metas de produção e adição ao oléo diesel. Até o final do ano, 24 usinas de biodiesel devem estar em funcionamento. O crescimento também envolverá os agricultores familiares, responsáveis por plantar e colher boa parte da matéria-prima do biodiesel (soja e mamona, principalmente).

O coordenador do Programa Nacional de Produção e Uso de Biodiesel, Arnoldo de Campos, estima que o número de famílias envolvidas no projeto passe de 60 mil para 200 mil até o final do ano. Temos hoje 60 mil famílias, com 500 mil hectares plantados e, quando chegarmos a 200 mil famílias em dezembro, serão 1 milhão de hectares plantados só por agricultores familiares, prevê Campos.

O mercado de biodiesel começou a ser estruturado em 2005, logo depois do lançamento do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. Para participar, as indústrias têm que obter o Selo Combustível Social. Concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, ele estabele metas para a compra de matéria-prima de produtores familiares.

As indústrias que compram matéria-prima nas regiões Centro-Oeste e Norte têm que comprar um mínimo de 10% de agricultores familiares. No Sul e Sudeste, o índice é de 30% e, no Nordeste, é de 50%.

Metade dos agricultores familiares do país estão no Nordeste. No Sul e Sudeste, há presença forte da agricultura familiar a produção de oleaginosas, por isso o patamar é de 30%.

"No Centro-Oeste predominam as grandes propriedades e o percentual pode ser menor. Já no Norte, não adianta exigir uma produção muito alta da agricultura familiar porque lá trabalha-se com culturas perenes que produzem em três ou quatro anos, conta Arnaldo de Campos.

Segundo ele, o objetivo do programa é unir a produção do agronegócio e a produção da agricultura familiar, tornando o programa de biodiesel sustentável tanto do ponto de vista energético, como ambiental e social.

Para o economista e consultor em energia, Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-estrutura (CBIE), envolver no mesmo programa política energética com política social pode ser arriscado. Isso, na minha opinião, é um pouco incompatível porque se você quer produzir biodiesel em grande quantidade, pode não ser possível na pequena propriedade, ondeo custo logístico é muito alto e pode não haver tanta garantia de produção no nível necessário, diz Pires.

Na avaliação dele, deve ser dada prioridade soja na produção em larga escala de biodisel para que seja garantida a produtividade Ele cita como exemplo de escolha bem-sucedida nesse mesmo sentido a produção de álcool combustível a partir de grandes plantações de cana-de-açúcar.

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