Luiz Felipe Scolari perdeu terreno na disputa pelo cargo de treinador da seleção mexicana. O motivo: dinheiro. Segundo o tesoureiro da entidade, Justino Compeán, o brasileiro é o que tem menos chance de ser escolhido por causa de suas exigências econômicas. “Se temos três treinadores vencedores na mesa e um deles é mais caro que os outros, então automaticamente esse treinador se coloca em terceiro lugar.”
Compeán disse que Scolari fez uma contraproposta para diminuir a distância que separava o que ele pedia e o que a Federação Mexicana oferecia. “Se ele não aceitar nossa nova oferta, não seremos nós que o estaremos descartando e sim ele que se descartará por não termos chegado a suas pretensões econômicas. Não podemos correr o risco de oferecer uma quantia que não poderemos honrar.”
A Federação Mexicana promete anunciar o nome do novo treinador dia 24. Enquanto aguarda, Scolari continua sua viagem pela Europa. Depois de ver a partida entre Inglaterra e Macedônia pelas Eliminatórias da Eurocopa na quarta-feira, o treinador viajou para a Itália. Ele terá encontros com Marcelo Lippi (técnico da Juventus), Carlo Ancelotti (Milan), Héctor Cúper (Inter) e Fabio Capello (Roma).
Numa entrevista dada em Londres, ele disse que sua preferência é dirigir um clube europeu.
Carlos Bianchi ganhou força na disputa depois das conversas que teve esta semana, em Buenos Aires, com um representante da Federação Mexicana.
O dirigente Gonzalo Fernandez passou dois dias na capital argentina e se reuniu duas vezes com o treinador. “Bianchi quer dirigir o México. Apresentei nossa proposta econômica e conversamos sobre seus planos e seus auxiliares, que seriam dois”, disse Fernandez.
No México, a informação é de que Bianchi pediu mais do que os US$ 800 mil oferecidos pela Federação. Mas na Argentina pessoas próximas ao treinador dizem que ele concorda com a proposta que recebeu.
O terceiro candidato ao cargo, o também argentino Ricardo Lavolpe – vive há 20 anos no México e dirige o Toluca, líder do campeonato nacional-, também teria concordado com o salário de US$ 800 mil por ano.
Embora seja o preferido da maioria dos treinadores mexicanos por viver há muito tempo no país e conhecer bem os jogadores, Lavolpe leva desvantagem em relação a Bianchi por ter menos prestígio internacional. Bianchi ganhou três Copas Libertadores da América (uma pelo Vélez Sarsfield e duas pelo Boca Juniors) e dois Mundiais Interclubes (um pelo Vélez e outro pelo Boca).
Os dirigentes mexicanos acham importante ter um treinador conhecido à frente da seleção para ajudar na comercialização da imagem da equipe.
A entidade está negociando com a Nike um contrato que pode lhe render US$ 5 milhões anuais.