Ao reassumir a presidência do PT, o deputado Ricardo Berzoini disse que o partido vai trabalhar pela candidatura do líder do governo Arlindo Chinaglia (PT-SP) à presidência da Câmara. "É um dos projetos do partido neste período, mas evidentemente temos muito respeito a Aldo Rebelo, que tem sido um companheiro leal", afirmou Berzoini, referindo-se ao presidente da Câmara, que disputa a reeleição.
Ao passar o cargo para Berzoini, o presidente interino do PT, Marco Aurélio Garcia, disse que o partido não quer a divisão da base aliada e vai trabalhar pela candidatura de um único nome para a presidência da Casa. "O campo progressista está dividido em torno de duas candidaturas para a presidência da Câmara. Mas a candidatura de Aldo e Chinaglia não são antagônicas. Haverá um momento em que a base terá um candidato único. Não gostaria que em nenhum momento essa situação entorpecesse as nossas relações com o PCdoB", disse Garcia.
As declarações de Garcia e Berzoini foram feitas durante almoço em um restaurante de Brasília. Além deles estão presentes os ministros das Relações Institucionais, Tarso Genro; do Planejamento, Paulo Bernardo; dos Transportes, Walfrido Mares Guia e vários e deputados e senadores do PT, PTB e PCdoB.
Berzoini se afastou da presidência do partido no dia 6 de outubro, após suspeitas de cumplicidade na ação dos "aloprados", como alguns membros do PT foram chamados por Lula, de compra de um dossiê com informações contra os candidatos do PSDB à presidência da República (Geraldo Alckmin) e ao governo de São Paulo (José Serra), fornecido pelos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, donos da Planam.