São Paulo – O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), negou hoje que a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva dependa de uma aliança com o PMDB, mas voltou a apontar a importância de manter o partido no palanque eleitoral petista.
Apesar de afirmar que é "um exagero" dizer que a reeleição está nas mãos dos peemedebistas, Berzoini voltou a dizer que o PT manterá as conversas com a legenda aliada para tentar manter na corrida presidencial a união de forças feita ao longo dos últimos anos.
"Seria muito bom, não só eleitoralmente, mas também do ponto de vista de governabilidade, termos um acordo programático para 2007-2010, com bases muito claras em relação ao que se pretende fazer para o Brasil com um arco de alianças bastante grande, inclusive com o PMDB", disse, durante as gravações do programa "Roda Riva", da TV Cultura, que seria exibido hoje à noite.
Também presente nos estúdios da TV, o presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (SP), derrubou as esperanças do PT de uma aliança, pelo menos no que se refere ao primeiro turno.
Temer, que concedeu uma entrevista para outro programa da Cultura, logo após ter sido encerrada a gravação do "Roda Viva", deu como quase certa a candidatura própria do PMDB, que hoje é disputada entre os pré-candidatos Germano Rigotto e Anthony Garotinho.
Além disso, disse torcer para que uma eventual coligação no segundo turno tenha um candidato da sigla na disputa. "Eu digo ao meu amigo Berzoini que qualquer conversa será só no segundo turno", disse, durante a entrevista.
"Eu espero que essa conversa seja a meu favor, que o PMDB esteja no segundo turno", acrescentou. Logo após a gravação o presidente nacional do PMDB ressaltou que tem conversado com o PT sobre o assunto, mas que, até agora, as discussões não trouxeram nada conclusivo.
Além disso, Temer admitiu ter sido procurado também pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato a presidente, para avaliar as possibilidades de uma coalizão com os tucanos.
Mas, também nesse caso, o foco está no segundo turno, segundo o presidente nacional peemedebista. Temer também destacou, diversas vezes, que o PMDB está cada vez mais unido em torno da tese da candidatura própria e voltou a descartar uma mudança nesse cenário, mesmo que o PT se disponha a abrir mão de eleições nos Estados para ganhar apoio no âmbito nacional.
"Não temos condições agora, a não ser de fazer alianças ocupando a cabeça da chapa, o que, naturalmente, o PT não vai fazer." Apesar de reconhecer que algumas correntes do PMDB ainda defendem a aliança com o PT, o presidente do PMDB insistiu que este é um discurso que começou a perder força.
"Eu sei que há amigos nossos, companheiros nossos, que querem – ou prefeririam, digamos assim – que houvesse uma aliança com o PT. Mas eu acho extremamente difícil. Hoje mesmo quem pleiteava mais acentuadamente esta aliança já não o faz mais com tanta crença."