Um dia depois de o PMDB ter informado formalmente o governo que aceita o Ministério da Previdência Social, o atual ministro da pasta, Ricardo Berzoini, afirmou nesta quinta-feira, em um encontro com a Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), em Brasília, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não decidiu se entrega seu cargo a um peemedebista e que acatará “com tranqüilidade” a decisão de Lula. “Eu não tive nenhuma informação ainda sobre a decisão porque imagino que ela ainda não foi tomada. São decisões que competem ao presidente da República, que acatarei com tranqüilidade”, declarou.
Na reunião, a diretora de política social da Contag, Fátima Rodrigues, disse que Berzoini “tem sido responsável pela melhoria da relação entre trabalhadores rurais” e o “sistema previdenciário”. Além das críticas por decorrentes da reforma da Previdência, Berzoini se desgastou no fim do ano passado depois que determinou o bloqueio dos benefícios e o recadastramento dos aposentados com mais de 90 anos. Na mesma semana, Berzoini admitiu o erro e suspendeu o bloqueio.
Inicialmente, o ministro recusou-se a pedir desculpas, mas por ordem de Lula, divulgou nota e desculpou-se. O ministro teve ainda que ir à Comissão de Seguridade Social da Câmara prestar esclarecimentos sobre a medida e aos deputados admitiu ter faltado “sensibilidade social”. Lula afirmou que houve um “erro operacional que já estava sendo reparado” e comentou que “o ministro faz um trabalho primoroso no combate às fraudes”.
O PFL aproveitou o incidente e instituiu um “troféu Berzoini de maldade” para eleger qual integrante do governo seria “o mais cruel”. (FolhaNews)
