O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, defendeu hoje a participação de sua Pasta no Conselho de Política Monetária (Copom). "O Copom não pode ter uma visão apenas macroeconômica do país, mas ter uma visão também associada à questão do trabalho e do mercado de trabalho", afirmou Berzoini em palestra no 13º Fórum do Planalto.

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Berzoini disse que tem procurado conseguir espaço em todos os setores do governo responsáveis por tomar decisões econômicas importantes para que a geração de emprego seja sempre levada em conta. Segundo ele, essa é uma determinação do presidente Lula. O ministro citou como exemplo dessa prática a criação de uma linha de crédito no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Progerem, em que um dos principais pontos avaliados para concessão do financiamento é a quantidade de empregos que o empreendimento vai gerar.

No evento promovido pela Casa Civil para funcionários do governo, Berzoini afirmou que o contingenciamento orçamentário pode afetar o investimento em programas de capacitação profissional, provocando um "apagão do mercado de trabalho". Destacou que "a eficiência (da qualificação profissional) já foi ampliada, mas a ampliação de recursos esbarra numa questão que todos conhecem bem que é a questão orçamentária do governo". Evidentemente que cada um briga como pode e estou brigando do jeito que posso também".

Segundo Berzoini, este ano o orçamento foi ampliado de R$ 80 milhões para R$ 130 milhões, na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), mas com o contingenciamento a Pasta dispõe de R$ 50 milhões. "Espero que o orçamento seja recomposto até o segundo semestre porque há muita demanda e é uma necessidade do país", disse. Ele defendeu que "assim como é necessário investimento para infra-estrutura para assegurar que não haja um apagão logístico do país é fundamental capacitar para que não haja um apagão no mercado de trabalho".

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O ministro disse ainda que a geração de emprego precisa crescer num ritmo mais acelerado que o crescimento da população economicamente ativa, nos próximos seis ou sete anos, para que se evite o aumento do desemprego e para que o país possa superar "o estoque" de desemprego deixado pelo governo anterior.

"Diria que trazendo o nosso desemprego para algo em torno de 5,5% a 6% já seria uma vitória extraordinária do nosso governo", estimou Berzoini. Ele explicou que essa meta não será cumprida até o final de 2006. "Em termos de tendência já pode ser apontado para os próximos quatro anos de mandato presidencial que esperamos que seja de continuidade dessas políticas", admitiu.

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