Brasília – O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, partiu para o ataque para responder às acusações de que participou de esquema de caixa 2 na campanha eleitoral à prefeitura de Londrina (PR), em 2004. Segundo ele, as denúncias feitas pela ex-assessora financeira da campanha petista na cidade, Soraya Garcia, estão sendo "instrumentalizadas" pelo deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), adversário político local do ministro.
Bernardo afirmou que a suposta atuação de Hauly seria motivada por conta de um pedido, não atendido, de pagamento de R$ 500 mil em troca do apoio político do parlamentar no segundo turno da eleição ao candidato do PT, Nedson Micheleti. Naquele pleito, Hauly ficou em terceiro lugar e, de acordo com Bernardo, negociou pessoalmente a "venda" de seu apoio político com pagamento em duas parcelas de R$ 250 mil, uma antes do apoio e outra depois da campanha.
Segundo Bernardo, a oferta foi recusada porque a campanha do PT não tinha dinheiro e também porque não considerava a prática correta. Bernardo destacou que a proposta feita por Hauly não inclui o PSDB, já que boa parte dos tucanos apoiou o candidato petista. O ministro disse considerar também estranho o fato de Soraya Garcia ter sido convocada pela CPI dos Bingos e no dia seguinte já ter sido convocada para depor. "Parece que já estava tudo acertado, inclusive com as passagens compradas", disse.
"Eles me procuraram para apoiar Nedson Micheleti (PT), para o nosso partido apoiar. Decidi com o partido não apoiaria porque o PT fez um governo corrupto. A partir daí, são ilações", afirmou Hauly, em resposta à acusação do ministro.
Paulo Bernardo refutou veementemente as acusações feitas por Soraia e disse que sequer conhecia a mulher. "Eu não conheço essa senhora Soraya Garcia. Acredito que ela está sendo instrumentalizada pelo deputado Luiz Carlos Hauly. Diante da insistência dela em fazer essa denúncia, a única alternativa que resta é um processo", afirmou o deputado, que se ofereceu a ir para a CPI.
