Bento XVI inicia missa de canonização de Frei Galvão

O papa Bento XVI já iniciou a missa de canonização de Frei Galvão, o primeiro santo brasileiro, no Campo de Marte, na zona norte de São Paulo. Clérigos relatam a vida de Frei Galvão em Guaratinguetá, no interior de São Paulo, e contam os milagres atribuídos ao primeiro santo brasileiro.

Biografia

Nascido em 1739 e morto em 1822, Frei Galvão veio de uma família rica e foi enviado, com 13 anos, a um seminário jesuíta na Bahia. Enquanto vivo, ele já era chamado de santo, por conta de seus feitos. É o caso de uma mulher gravemente enferma, que clamava a seu marido por Frei Galvão. Seu marido foi de encontro a ele, no Mosteiro da Luz, mas foi informado que ele estava de viagem. Ao retornar à fazenda, o tal marido se surpreendeu ao encontrar a esposa saudável, grata à Frei Galvão que a tinha ouvido em confissão, abençoando a seguir a água de um copo, que ela bebeu – o suficiente para que se normalizasse seu estado.

O homem partiu então até o Rio de Janeiro para agradecer ao Frade. Lá, lhe disseram que o frade esteve o tempo todo no local. Ao interrogá-lo a respeito, Frei Galvão respondeu: "Como se deu, não sei; mas a verdade é que naquela noite lá estive".

Outros milagres

Em 1990 em São Paulo, a menina Daniela, então com quatro anos de idade, teve complicações bronco pulmonares e crises convulsivas. Ela foi internada na UTI do Instituto Emílio Ribas, em São Paulo com diagnóstico de encefalopatia hepática por conseqüência da hepatite causada pelo vírus A, insuficiência hepática grave, insuficiência renal aguda, intoxicação por causa de metocloropramida e hipertensão. Os sintomas descritos a levaram a uma parada cardiorespiratória que evoluiu com epistaxe, sangramento gengival, hematúria, ascite, broncopneumonia, parotidite bilateral, faringite, e mais duas infecções hospitalares.

Após 13 dias de UTI, familiares, amigos, vizinhos e religiosas do Mosteiro da Luz rezaram e deram para a menina as pílulas de Frei Galvão. Em 13 de junho de 1990, a menina Daniela deixou a UTI e, em 21 de junho teve alta do hospital considerada curada. O pediatra que a acompanhou atestou perante o Tribunal Eclesiástico: "atribuo à intervenção divina, não só a cura da doença, mas a recuperação total dela".

Também na capital paulista, outro milagre, desta vez com Sandra Grossi de Almeida. Após três abortos espontâneos no passado devido a um problema de má formação do útero, Sandra ficou grávida, em 1999. Os médicos não acreditavam que a gestação pudesse chegar ao fim.

Seu útero era bicorne, com duas cavidades muito pequenas e assimétricas, como se fosse uma parede, formação que não poderia ser corrigida por cirurgia, tornando impossível levar qualquer gestação até o fim. As previsões eram as mais pessimistas possíveis. Mesmo assim, contrariando o prognóstico médico, Sandra rezava e tomava as pílulas de Frei Galvão durante toda a gestação. Na 32º semana, em 11 de dezembro, o parto cesariano foi realizado após a ruptura da bolsa, sem complicações.

Nasceu Enzo de Almeida Galafassi, com problemas respiratórios de risco. Entretanto, no dia 12 de dezembro, a criança não apresentava qualquer sinal de doença e foi liberada do hospital no dia 19 do mesmo mês.

Pílulas de Frei Galvão

Frei Galvão é bastante conhecido por suas pílulas milagrosas, que são, na verdade, tiras de papel com uma oração, em latim, para a Virgem Maria – "Depois do parto, Ó Virgem, permaneceste intacta: Mãe de Deus, intercede por nós!". Frei Galvão costumava percorrer as cidades a pé e era bastante procurado pelos doentes.

Entre 1785 e 1788, em meio a suas caminhadas, surgiu a inspiração para suas pílulas. Diz-se que o religioso teria encontrado um rapaz à beira da morte, sofrendo com cólicas renais. Em um pedaço de papel, ele escreveu a oração e pediu que o enfermo a tomasse como remédio.

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