Distante da polêmica provocada pelas referências a Maomé e à guerra santa, no discurso que na Universidade de Regensburgo, na Alemanha, Bento XVI só falou nesta sexta-feira (15) das boas lembranças que trouxe de sua terra natal. "Tive a alegria de ser acompanhado pelo Senhor en minha viagem à Baviera", disse o papa alemão em Castel Gandolfo, onde leu uma emocionada carta de agradecimento ao cardeal Angelo Sodano, que deixa o cargo de secretário de Estado da Santa Sé. Seu substituto é o cardeal Tarcísio Bertone, até agora arcebispo de Gênova.

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Enquanto líderes muçulmanos protestavam, mundo afora, contra a interpretação de trechos de Corão, o papa alemão deixava para seus assessores a iniciativa de defender – ou explicar – suas palavras. "O papa não fez mais do que retomar o sentimento e o desejo de milhões de muçulmanos que, de uma maneira ou de outra, dizem que a violência e o Islã não podem estar relacionados", afirmou, em entrevista à Rádio Vaticano, o padre Justo Lacunza, ex-reitor do Instituto Pontifício de Estudos Árabes e Islâmicos de Roma.

Ontem, o porta-voz da Santa Sé, Federico Lombardi, havia minimizado as declarações de Bento XVI, observando que "no Islã há muitas posições diferentes e há posições que não são violentas". Ao divulgar a íntegra do discurso, o Serviço de Informação do Vaticano alertou que essa versão é provisória, pois o papa pretende acrescentar notas e explicações ao texto. Pode ser uma oportunidade para o pedido de desculpas que os muçulmanos exigem.

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