A disputa pela presidência da Câmara pode ampliar ainda mais os gastos com dinheiro público. Além do aumento dos salários dos parlamentares, outros projetos que beneficiam os deputados têm sido usados na pressão por apoio e votos. O mais recente objeto de barganha dos deputados é a proposta que prevê o pagamento de 13.º às pensões provenientes de aposentadorias de ex-parlamentares. O mesmo texto prevê a equiparação do valor do benefício ao das aposentadorias, o que significaria um aumento de 50%. Pela proposta, os pensionistas receberiam o valor retroativo a 1999, quando foi feita a liquidação do Instituto de Previdência dos Congressistas (IPC).

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O projeto já foi aprovado pelos deputados e em 2002 sofreu alterações no Senado. Voltou à Câmara, mas não avançou, diante do temor de que produzisse repercussão negativa. A proposta é de autoria da Mesa Diretora da Câmara, no período em que o deputado Michel Temer (PMDB-SP) presidia a casa legislativa.

Candidato à sucessão de Rebelo, o líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), afirmou não conhecer esse projeto nem ter sido procurado por deputados que querem o prosseguimento da proposta. Apesar das pressões, Aldo pretende continuar barrando a tramitação do projeto, segundo informou sua assessoria.

Os cargos que são preenchidos sem concurso público, os chamados CNEs, também são outro alvo de barganha. A pressão dos deputados é para evitar a votação do projeto de resolução que extingue os cargos que estão vagos, desde que Aldo demitiu mais de mil servidores que entraram na Câmara sem concurso público. Se a projeto não for aprovado e os cargos não forem extintos, no futuro poderão voltar a ser preenchidos por indicação política dos deputados.

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A manutenção dos cargos agrada principalmente aos deputados considerados do baixo-clero. "Sou a favor de cargos de confiança na administração pública, porque quem tem a responsabilidade política dever ter a possibilidade de escolher quem vai representá-lo em uma determinada função", afirmou Chinaglia. "Essa iniciativa de cortar CNEs, no entanto, é da atual Mesa Diretora. Se eu vier, no futuro, a tomar parte da Mesa, analisarei a questão.