Um bebê de pouco mais de dois meses morreu asfixiado nesta madrugada, em um carrinho de passeio, na casa em que morava com a mãe, no bairro Residencial Gênesis, periferia de Campinas, a 90 quilômetros de São Paulo. A mãe, a empregada doméstica Marcela da Conceição Rodrigues, de 25 anos, contou à polícia que colocou o menino para dormir no carrinho, preso pela cintura com o cinto de segurança e sem a tira que fica entre as pernas. De acordo com a mãe, a criança escorregou durante a noite e morreu enforcada pelo cinto.
A Polícia Civil informou que laudo da perícia deve determinar a causa e as circunstâncias da morte da criança, mas adiantou que o enforcamento pelo cinto é a hipótese mais provável. Um policial contou que a criança havia sido retirada do carrinho quando a perícia chegou ao local e não soube precisar se o equipamento estava inclinado.
A mulher tinha dois filhos. Ela dormia em uma cama de solteiro com uma das crianças e colocou o bebê no carrinho. Quando acordou, às 6 horas de hoje, estranhou o silêncio do menino. Tentou acordá-lo, viu que ele estava com o cinto no pescoço, imóvel e sem respirar. A mulher chamou os vizinhos, que acionaram a polícia. De acordo com a perícia, a morte ocorreu por volta das 4 horas.
O caso foi registrado no 4º Distrito Policial de Campinas como morte a esclarecer. A Polícia Civil informou que irá aguardar o laudo da perícia, ouvir o depoimento da mãe, dos vizinhos e apurar se houve negligência. Segundo a polícia, o menino ainda não tinha certidão de nascimento. Vizinhos disseram que ele seria batizado de Kaio Heneique Rodrigues.
Segurança
O especialista em equipamentos de segurança Celso Arruda, professor da Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, explicou que todo carrinho de passeio para bebê precisa ter a chamada tira entre as pernas, para evitar que a criança escorregue e seja enforcada pelo cinto. "Esse acidente não é comum. É a primeira vez que sei de uma morte dessa maneira. Foi uma fatalidade porque a mãe não usou a tira entre as pernas", disse Arruda.
Ele recomendou aos pais que verifiquem se o carrinho dispõe do equipamento completo, como exige o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), antes de comprá-lo. Segundo ele, os pais devem adquirir apenas produtos com o selo de certificação do Inmetro.