O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central avalia que a atuação "cautelosa" da política monetária adotada desde setembro de 2004 tem sido fundamental para aumentar a probabilidade de a inflação real deste ano atingir o centro da meta de 4,50%, fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
De acordo com a ata da reunião que o Copom realizou na semana passada, apesar das incertezas sobre o preço do petróleo no mercado internacional, se configura um "cenário benigno para a evolução da inflação". Os diretores do BC acreditam que depois dos altos preços de janeiro, com ligeiro recuo em fevereiro, os preços do petróleo devem se estabilizar agora, e não se constituirão em foco relevante de pressão inflacionária.
A ata do Copom menciona que a recente alteração na composição da gasolina poderá determinar elevação nos preços dos combustíveis; mas devem reverter ao longo do ano; o que deve começar já no próximo mês, com o fim da entressafra na produção de álcool. Razão porque o Copom continua trabalhando com projeção de reajuste "zero" na gasolina e no gás de cozinha em 2006.
Numa avaliação prospectiva das tendências de inflação, o Copom manteve a projeção de que os preços administrados por contrato, ou monitorados (combustíveis, energia elétrica, telefonia, educação, medicamentos, transportes públicos e outros) devem ter reajustes acumulados de 4,6% no ano. Uma perspectiva menos otimista que a previsão de mercado, que é de 4,35%, conforme pesquisa Focus divulgada pelo BC na última segunda-feira (13).
Segundo projeção técnica do Copom, o reajuste das tarifas de telefonia fixa foi reavaliado da previsão anterior de 2,5% para 3,1% até o final do ano. Em sentido contrário, a perspectiva de reajuste acumulado das tarifas de energia elétrica residencial caiu de 4,2% para 3,6%, na comparação entre as duas últimas reuniões do Copom.