BC projeta Investimento Direto no País de US$ 3 bilhões para abril

O Banco Central prevê que o Brasil deve receber US$ 3 bilhões em Investimento Direto no País (IDP) no mês de abril. A projeção foi anunciada pelo chefe do departamento de estatísticas do Banco Central (BC), Fernando Rocha. O dado foi construído com base na entrada já registrada de US$ 1,5 bilhão no mês de abril, conforme dados preliminares observados até o dia 23.

Ao apresentar os números, o técnico do BC chamou atenção para a queda do ingresso de capital interessado em investimentos diretos no Brasil. No primeiro trimestre de 2018, o Brasil recebeu US$ 17,747 bilhões em IDP – valor 25% menor que os US$ 23,781 bilhões observados em igual período do ano passado. “O fluxo está diminuindo em relação ao observado em 2017, mas o montante de IDP continua robusto e segue muito superior ao déficit em CC”, disse.

Enquanto o Brasil recebeu mais de US$ 17 bilhões em investimento direto, o déficit no período representou cerca de 20% desse montante e alcançou US$ 3,219 bilhões.

Apesar de o ingresso ter diminuído em relação ao ano passado, a entrada de março somou US$ 6,539 bilhões – valor superior aos US$ 4,2 bilhões esperados pelo próprio BC. Rocha explicou a diferença das cifras especialmente pela entrada de cerca de US$ 1 bilhão em um empréstimo intercompanhia.

Retirada

Estrangeiros retiraram US$ 7,8 bilhões investidos em ações e títulos de renda fixa no Brasil no mês de março. O dado consta da nota dos dados do setor externo divulgada nesta quarta-feira pelo Banco Central. Apesar da saída expressiva dos recursos em carteira no mês passado, dados preliminares de abril até o dia 23 indicam retorno desses estrangeiros, com entrada de US$ 4,4 bilhões até a última segunda-feira.

Fernando Rocha explicou que o dado preliminar do mês de abril indica entrada de US$ 1,820 bilhão de investidores estrangeiros para a compra de ações em abril e ingresso de US$ 2,589 bilhões destinados para a compra de títulos de renda fixa no País até 23. “Há volatilidade nesse movimento do investimento estrangeiro em ações e RF no País, mas o dado de abril indica que houve volta parcial desses recursos”, disse.

Rocha mencionou que “é de se esperar que esses dados sejam mais voláteis”. Essa volatilidade, explicou, que parte desse sobe-e-desce dos números poderia também ser atribuída à própria natureza da operação. “Provavelmente, há investidor estrangeiro que se aproveita da rentabilidade de curto prazo”, disse. Outro fator mencionado como influência para o dado é a taxa de câmbio.

O técnico do BC notou que está mantida a projeção da instituição para o saldo líquido zero para o investimento estrangeiro em ações e ingresso de cerca de US$ 5 bilhões para a renda fixa no País.

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