O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu esta tarde a atuação do BC na condução da política monetária, mesmo diante dos novos dados do PIB de 2006 divulgados pelo IBGE. Questionado sobre análises de que os dados do IBGE mostram que o BC tinha uma visão equivocada de que o País não poderia crescer mais de 3% por alguns anos sem causar inflação, Meirelles afirmou que essas opiniões são equivocadas, que julgam que o BC trabalha com meta de crescimento e de PIB potencial.
"É um equívoco. O BC não tem meta de crescimento, tem meta de inflação. O BC analisa os dados e seus modelos para tomar suas decisões", afirmou Meirelles. Ele acrescentou que considera positivo o fato de que o Brasil cresceu mais com inflação baixa. "Os números revelam que o Brasil tinha uma capacidade maior de crescimento do que os dados então disponíveis capturavam", disse Meirelles. "Crescimento, quanto maior melhor, mas com inflação na meta", completou.
TJLP
Meirelles afirmou que o fato de o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter decidido manter em 6,5% ao ano a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) não significa que ela chegou ao piso. Ele reafirmou o argumento de que a estabilidade da economia brasileira justifica que essa taxa não seja mais mudada trimestralmente.
Meirelles discordou da avaliação de que haveria uma contradição nesse discurso, já que a estabilidade tem sido uma das justificativas para o Comitê de Política Monetária manter o processo de redução da taxa básica de juros (Selic). Segundo Meirelles, não se deve confundir a natureza da Selic, uma taxa de curto prazo, com a TJLP. As duas têm características próprias que são levadas em conta nas duas definições, explicou. "Não podemos comparar as duas coisas. A estabilidade da economia justifica que não haja mudança na TJLP em todas as reuniões do CMN", concluiu.