O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) considera que "fatores pontuais" provocaram taxas mensais de inflação mais elevadas desde o final de 2006, mas segundo a ata da última reunião, divulgada hoje, essa elevação ainda não apresenta riscos para a inflação no médio prazo.
Os "fatores pontuais" a que se refere a ata são a alta dos preços dos alimentos e também a fatores sazonais, como a temporada de reajuste de mensalidades escolares, além de algumas pressões localizadas nos setores de serviços. "Dada a natureza de tais desenvolvimentos, espera-se que sofram um arrefecimento ao longo do tempo, sem que necessariamente observemos contaminação para horizontes mais longos. Entretanto, o Copom continuará conduzindo suas ações de forma a assegurar que os ganhos obtidos no combate à inflação em anos recentes sejam permanentes", diz a ata.
O Copom diz que continuará atento não só à inflação como também às diferentes medidas do núcleo inflacionário e buscará discriminar reajustes pontuais de reajustes persistentes ou generalizados de preços, "adequando prontamente a postura da política monetária às circunstâncias". O documento volta a destacar que a manutenção da inflação na trajetória de metas e a conseqüente consolidação do cenário de estabilidade contribuirão para a redução da percepção de risco que já vem ocorrendo nos últimos anos. "O espaço para que observemos juros menores no futuros continuará se consolidando de forma natural como conseqüência dessa melhora de percepção", diz o documento, repetindo frase já colocada na ata anterior.
O Copom defende que "a atuação cautelosa da política monetária tem sido fundamental para aumentar a probabilidade de que a inflação siga evoluindo segundo a trajetória de metas".