A economia do Japão está se recuperando rapidamente do impacto do terremoto e tsunami de 11 de março, com a maior parte das regiões tendo melhorado sua avaliação sobre a econômica em relação há três meses, disse o Banco do Japão (BOJ, na sigla em inglês) em relatório divulgado hoje sobre as economias locais.
Na região noroeste de Tohoku, diretamente atingida pelo desastre natural, a reconstrução está ocorrendo em ritmo mais rápido do que o esperado, uma vez que tanto a infraestrutura quanto as indústria que foram danificadas já estão recuperadas, disse o banco central.
“Sete regiões – que emitiram uma avaliação cautelosa na esteira do terremoto – reportaram sinais de aceleração em suas economias”, informou o banco central na edição de junho do Relatório Econômico Regional, de periodicidade trimestral, também conhecido como Sakura. As duas demais regiões mantiveram suas avaliações inalteradas em comparação ao relato anterior, de abril. O relatório foi divulgado durante um encontro de administradores das 32 representações do banco central no país, nos Estados Unidos e na Europa.
As informações do relatório confirmam a visão de muitos economistas de que a economia japonesa irá experimentar uma recuperação de modelo “V”, emergindo de uma pressão no lado da oferta. As informações também são consistentes com o resultado da pesquisa Tankan divulgada na sexta-feira, a qual mostrou que o sentimento das grandes empresas de manufatura deve se recuperar em setembro.
Embora o relatório do BOJ mostre diferenças no ritmo da recuperação das regiões, muitas áreas mostram sinais positivos em indicadores econômicos fundamentais, tais como gastos com consumo e produção industrial.
O chefe da distrital de Nagoya do banco central, no centro do país e coração da indústria de automóveis, disse que a produção da região deve voltar aos níveis pré-terremoto no período entre julho e setembro.
A distrital de Sendai, uma das cidades atingidas pelo terremoto, disse que além da reconstrução do desastre, há sinais positivos adicionais como aceleração no consumo, na esteira de uma “demanda de emergência”, resultante da necessidade de aquisição de bens perdidos no desastre.
De qualquer forma, as incertezas sobre o desempenho da economia nacional persistem, incluindo as relacionadas ao destino das usinas de energia nuclear do país.
O chefe da distrital do banco central na cidade ocidental de Osaka, Hideo Hayakawa, levantou preocupações sobre a oferta de energia, após o pedido de uma usina de energia de restrição ao uso da eletricidade. Ele disse que se as operações das usinas nucleares na região forem suspensas, haveria um grande impacto sobre a economia, já que a região depende desse tipo de energia.
Esse cenário divergente sugere que o BOJ manterá sua política monetária ultrafrouxa no próximo encontro de política monetária de 11 e 12 de julho. As informações são da Dow Jones.