BC determina que bancos entreguem dados sobre quebra de sigilos até terça-feira

O Banco Rural e o Banco do Brasil têm prazo até terça-feira (19) da próxima semana para fornecer toda a documentação sobre movimentação das contas do empresário mineiro Marcos Valério e de suas empresas SMP&B e DNA. A informação foi dada hoje (15) pelo senador Delcídio Amaral (PT-MS), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga denúncias de corrupção nos Correios.

Depois de se reunir por cerca de meia hora com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, o senador disse que o presidente do BC informou que o trabalho para quebra de sigilo bancário envolve poucas pessoas e teria uma "velocidade própria".

Segundo o senador, a demora também acontece porque envolve pessoas jurídicas, no caso as empresas do empresário Marcos Valério. O prazo médio do Banco Central é de cerca de dez dias. Para atender às solicitações da CPI dos Correios, o BC exigiu mais cinco dias para que o Banco Rural e o Banco Rural forneçam os documentos das movimentações bancárias. "Caso contrário, a autoridade monetária abrirá processo administrativo contra os bancos", acrescentou Delcídio.

O presidente da CPI acredita que o tempo necessário para que os documentos sejam entregues não vai atrasar a continuidade dos trabalhos. "Já dispomos de farta documentação para cruzamento dos dados; e mais informações complementares serão liberadas até terça-feira pelos bancos em questão". Indagado se não haveria lentidão nos trabalhos dos parlamentares, Delcídio disse que "o momento do país exige serenidade acima de tudo, pois quem atira em várias direções não acerta em nada".

A CPI já aprovou a quebra de sigilo bancário, fiscal e telefônico do publicitário Marcos Valério, apontado pelo deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) como responsável pelo suposto pagamento de mesadas a parlamentares, e de empresas ligadas a ele. Também foram aprovadas as quebras de sigilo da esposa do publicitário, Renilda de Souza; da ex-secretária, Fernanda Karina Somaggio; do deputado Roberto Jefferson; do ex-chefe de departamento de contratação dos Correios, Maurício Marinho; e dos empresários Arthur Waschek e Antônio Velasco.

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