Brasília, 12 (AE) – O Banco Central (BC) decidiu na noite de hoje (12) decretar intervenção no Banco Santos S.A. e na Santos Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários S.A. Segundo a Assessoria de Imprensa do BC, a intervenção foi decretada por quatro motivos. O primeiro foi o comprometimento da situação econômica e financeira das duas instituições. O segundo, a deterioração da situação de liquidez de ambas.
Além disso, o banco e a corretora infringiram, segundo o BC, as normas que regem a atividade bancária. Ainda de acordo com os assessores do Banco Central, houve inobservância das determinações do BC. Amanhã, o diretor de Fiscalização do BC, Paulo Cavalheiro, dará entrevista, às 10 horas, para explicar em detalhes a intervenção nas duas instituições.
O Banco Central nomeou o chefe do seu Departamento de Supervisão Indireta, Vânio Aguiar, interventor no Banco Santos e na Santos Corretora. Enquanto durar a intervenção, o banco – cujo controlador é Edmar Cid Ferreira -, ficará fechado ao público. Três desfechos são possíveis para o processo de intervenção: ou ela é transformada em liquidação, ou o BC decreta a falência do banco e da corretora, ou as duas instituições são autorizadas a voltar a funcionar caso as irregularidades sejam sanadas.
HISTÓRIA – O Banco Santos começou a operar como corretora em 1969, na cidade de Santos, litoral de São Paulo. A partir de 1994, passou a atuar como banco comercial, focando o segmento de middle-market, para médias empresas. Recentemente, entrou no mercado de varejo com produtos voltados para clientes com renda mensal acima de R$ 4 mi. Nessa operação, o banco investiu cerca de R$ 250 milhões.
No ano passado, registrou um lucro líquido de R$ 112 milhões, chegando à sexta posição entre os maiores bancos privados de capital nacional. Com R$ 6,1 bilhões em ativos, o banco também tinha planos para entrar no mercado internacional, como o chinês.
O dono do banco, Edemar Cid Ferreira, não escondia de ninguém que o objetivo era atuar ao lado dos grandes bancos brasileiros, como Bradesco, Unibanco e Itaú. Para isso, seguiu uma linha agressiva. O que acabou atraindo a atenção de várias instituições do mercado, especialmente das agências de classificação de risco (rating), que colocaram o banco em observação para rebaixar seu rating. As preocupação decorriam do fato de o capital da empresas estar muito baixo diante das realizações do banco. Mas a instituição acabou fazendo uma capitalização e a história foi encerrada.
Nos últimos meses, fez grandes contratações, tirando profissionais de peso até mesmo de instituições estrangeiras. No mercado, a fama do banco era de trazer especialistas pagando salários a peso de ouro.
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