O Banco Central passará a comprar dólares no mercado com a finalidade de aumentar as reservas internacionais, segundo anunciou ontem (6) o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. As compras antes eram feitas pelo Tesouro Nacional, por meio do Banco do Brasil.
A medida, destacou Meirelles, não significa o estabelecimento de uma cotação específica para a moeda norte-americana. “Apesar de o intuito da autoridade monetária ser reforçar as reservas do país no médio prazo, não será estabelecida meta específica para o volume de recursos”, disse.
A responsabilidade de prover o Tesouro Nacional das divisas para honrar os compromissos de juros e principal da dívida externa em bônus e junto ao Clube de Paris ficará com o BC. E o Tesouro continuará comprando a mercado divisas para o pagamento de outras obrigações da União no exterior, inclusive pagamentos de empréstimos de organismos multilaterais, como Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Banco Mundial (Bird).
De acordo com Meirelles, depois de atendidas as necessidades de dólares para o pagamento de dívidas e juros, as divisas restantes passarão a ser destinadas para a “recomposição gradual” das reservas internacionais do país no médio prazo.
Garantia
Meirelles informou ainda que o Tesouro Nacional já conseguiu cumprir com folga a meta de captação de recursos no mercado doméstico prevista para este ano. Dos US$ 5 bilhões programados para serem captados ? e que seriam destinados à liquidação de vencimentos da dívida externa pública, entre janeiro e junho ?, o Tesouro já conseguiu US$ 5,5 bilhões.
?Não há dúvida de que a notícia é positiva já que as compras que havíamos previsto para este ano, conseguimos fazer no ano passado?, disse o presidente do BC, para quem a captação antecipada dos recursos fortalece as condições do país no exterior. Meirelles acrescentou que as compras feitas pelo Tesouro contribuirão para a recomposição das reservas internacionais, na medida em que tornam desnecessários saques desses recursos.
