O mercado financeiro aumentou a estimativa de crescimento da produção industrial do país neste ano. A projeção subiu de 7,54% na semana anterior para 7,61% e manteve a previsão de 4,50% para o ano que vem. Esse comportamento reflete-se diretamente na expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2004, que passou de 4,61% para 4,66% no mesmo período, na expectativa do mercado com prognóstico de 3,50% em 2005.
O aumento da produção industrial e do PIB (soma das riquezas nacionais) tem impacto positivo imediato na queda da relação entre dívida líquida do setor público e o PIB, com menor comprometimento da economia do país. A relação, que chegou a 58,70% no final do ano passado, caiu para 53,70% em outubro, nas contas do Banco Central, e deve encerrar 2004 em 54,50%, nos cálculos do mercado. A projeção anterior era de 54,60%.
A redução da relação dívida/PIB demonstra solvência da economia nacional para os investidores externos, de acordo com o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Como resultado, tende a aumentar o fluxo de investimentos estrangeiros diretos, razão do aumento gradativo das expectativas do mercado quanto à entrada desses recursos. A projeção de US$ 15 bilhões no mês passado aumentou para US$ 15,80 bilhões agora, embora o mercado mantenha a perspectiva de US$ 13 bilhões em 2005.
A pesquisa semanal do BC junto a instituições financeiras e analistas de mercado, que dá origem ao Boletim Focus, indica que a taxa de câmbio deve fechar o ano em R$ 2,86 por dólar norte-americano, contra previsão de R$ 2,90 na semana passada e a projeção para o ano que vem de R$ 3,05. O cenário é de que a taxa básica de juros (Selic) encerre 2004 em 17,75% ao ano (o prognóstico anterior era de 17,50%) e caia para 15,50% até o final de 2005.
O Boletim Focus manteve a previsão de superávit de US$ 33 bilhões na balança comercial deste ano, mas reduziu um pouco, de US$ 27,30 bilhões para US$ 27,15 bilhões, a estimativa para 2005. Também manteve o cálculo de US$ 10,50 bilhões para o saldo de conta corrente com o exterior neste ano e reduziu de US$ 3,80 bilhões para US$ 3,72 bilhões a projeção de saldo para 2005.