BB libera neste mês mais R$ 1,4 bilhão para crédito rural

O Banco do Brasil anunciou hoje que vai liberar mais R$ 1,4 bilhão para o crédito rural neste mês. Desse total, R$ 850 milhões serão para custeio agrícola, R$ 275 milhões para financiamento e igual parcela para comercialização.

Do total disponibilizado nas agências, R$ 190 milhões se destinam à agricultura familiar. A informação é do vice-presidente de Agronegócios do banco, Ricardo Conceição.

Com a liberação, o montante de aplicações na atual safra, de julho/2004 a janeiro/2005, completa R$ 19 bilhões. Isso representa 28% a mais do que os R$ 14,8 bilhões aplicados no mesmo período da safra anterior. Até o fim do ano agrícola, em junho próximo, devem ser liberados mais R$ 6,5 bilhões.

Além disso, o dirigente do banco estima acréscimo de R$ 2,1 bilhões neste semestre, como resultado do aumento dos saldos de depósito à vista, uma vez que 25% dos depósitos devem ser carreados para o crédito rural.

O setor pode receber o reforço também dos fundos de investimento, que fecharam 2004 com patrimônio líquido de R$ 589 bilhões, segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento e Desenvolvimento (Anbid).

Ricardo Conceição disse que "dinheiro não vai faltar" e discordou dos que antevêem um ano de crise para o setor: "Não vejo cenário de crise à frente; apenas momentos menos favoráveis que em 2004, que foi um ano muito bom".

Ele lembrou que o PIB do agronegócio deve fechar 2004 em R$ 538 bilhões, quase 33% do Produto Interno Bruto do país. O setor também foi responsável por 37% dos empregos e 40% das exportações brasileiras.

Ele ressaltou que mesmo os grãos que sofreram maiores reduções de preços para o produtor, como soja e milho, ainda continuam em níveis acima dos preços históricos.

Ricardo Conceição citou o caso da soja, cujo preço atual está em torno de 35% abaixo daquele praticado no primeiro semestre do ano passado. Caiu de US$ 10 para US$ 6,5 o bushel (unidade americana de medida equivalente a 158,98 litros) no mercado internacional. Segundo ele ainda assim a lavoura apresenta rentabilidade.

"Seja nos momentos bons, ou nas passagens mais difíceis", o BB estará com o produtor, apresentando ajustes e medidas que ajudem a solucionar dificuldades, garantiu Ricardo Conceição. É o caso, por exemplo, do prazo de 30 dias, dado em dezembro, para os produtores de algodão e trigo quitarem seus débitos; prazo que agora é renovado por mais um mês, segundo ele, porque "não nos interessa apertar o produtor. Ao contrário, o governo tem dado mostras, cada vez mais, que quer fortalecer o setor", concluiu.

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