BB e CEF descontarão cinco dias de paralisação dos salários

Os bancários já começarão a sofrer, este mês, o desconto dos dias parados por conta da greve de 30 dias encerrada hoje (15). O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal anunciaram que vão descontar, do salário de outubro, cinco dos 16 dias de paralisação verificados no mês de setembro.

Segundo o BB, ainda não há decisão sobre os demais dias parados. Já a Caixa argumentou que aguardará o resultado do julgamento do dissídio coletivo pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), marcado para quinta-feira (21), para tomar uma nova decisão.

O salário dos bancários, com o desconto dos dias parados estará disponível no dia 20, véspera do julgamento. Segundo o BB e a Caixa, a decisão de descontar cinco dias do salário a ser pago este mês foi tomada antes do ajuizamento do dissídio coletivo, feito pela Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Entidades de Crédito (Contec) no início da semana. A folha de pagamento dos dois bancos já foi rodada. O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Jacy Afonso, disse hoje que pretende discutir o assunto com o presidente do TST, Vantuil Abdala, na segunda-feira. “Queremos que ele interceda nesta questão para evitar o desconto”, disse. Se isto não ocorrer, o sindicalista afirmou que os bancários poderão realizar nova greve somente em função desta questão.

“Independente da decisão do TST sobre o nosso dissídio, poderemos fazer uma greve para reverter este desconto”, disse. Ele acredita que o BB e a CEF têm condições técnicas de fazer o pagamento sem os descontos dos dias parados. “Em 1989, o BB conseguiu fazer este ajuste faltando apenas dois dias para o pagamento”, disse.

Hoje, no primeiro dia de abertura das agências ao público depois de 30 dias de paralisação, o movimento foi considerado normal e o atendimento ocorreu sem problemas nos pontos de atendimento da Caixa e do BB. De acordo com os dois bancos, a procura nas agências podia ser comparada ao movimento que ocorre depois dos feriados.

Afonso disse hoje que os bancários estão dispostos a ampliar de forma emergencial o horário de atendimento ao público para colocar em dia mais rapidamente os serviços em atraso. O aumento dependerá, no entanto, de um posicionamento dos bancos em aceitar a proposta dos bancários de tornar permanente o aumento no horário de atendimento. “Se houver a disposição de fazer com que isso seja permanente, vamos fazer o atendimento emergencial até regularizar todos os serviços”, disse Afonso.

Pela proposta, o horário de atendimento bancário passaria de 11 horas às 17 horas para 9 horas às 17 horas. “Isto poderia criar 150 mil novos empregos em todo o País porque, pela nossa proposta, seriam criados dois turnos de trabalho”, disse.

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