O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, implantou nesta quinta-feira (15) em Maceió o Gabinete de Gestão Integrada (GGI) para o combater a violência e o crime organizado em Alagoas. Para o ministro, que amanhã entrega o cargo, a força-tarefa – composta por integrantes das polícias federal, civil e militar – tem como missão ganhar a guerra contra a criminalidade".

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Em entrevista coletiva à imprensa, o ministro disse que o governo federal trabalha com hipótese de que grupos criminosos, que atuavam no Estado na época da "gangue fardada", em meados dos anos 90, estejam se reagrupando e participando de seqüestros roubos de carros, cargas, assaltos a bancos e agências lotéricas.

Bastos negou que o Estado estava sofrendo uma intervenção branca na área de segurança e foi reticente quando questionado se por trás da nova onda de violência no Estado, onde até juízes estão sendo vítimas de seqüestros, estariam autoridades, políticos e empresários.

"Não sei se pessoas influentes estão sendo investigadas, mas com instalação do Gabinete de Gestão Integrada, que é uma ferramenta importante no combate ao crime organizado, qualquer pessoa que esteja envolvida com a criminalidade no Estado será alvo de investigação", garantiu.

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Segundo o ministro, esse trabalho terá a participação direta de agentes especiais da Polícia Federal, além do efetivo da Superintendência da Regional da PF. "Há homens do serviço de inteligência da PF, do Distrito Federal, que já estão trabalhando em Alagoas, junto com as forças estaduais", afirmou Bastos.

Ele acrescentou também que já se encontra no Estado um helicóptero da Polícia Rodoviária Federal à disposição da "força-tarefa". Segundo o ministro, o combate à violência em Alagoas tem que ser feito sobre três pilares: inteligência, ação das corregedorias da segurança pública e integração de forças. "É nestes três pontos que vamos colocar o GGI para atuar. O Gabinete substitui as demais ações antes tomadas pelo governo federal com mais vantagens, entre elas, a permanência, já que a antiga força tarefa tinha data certa para se retirar do Estado", explicou.

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O ministro estava acompanhado do presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), do governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) e do superintendente da PF em Alagoas, delegado Bergson Toledo, além diretor geral do departamento sistema penitenciário. "Se houver a conveniência da remoção de algum preso daqui do sistema prisional estadual para o sistema penitenciário federal nós podemos fazer isso", afirmou o ministro, acrescentando que o serviço de inteligência da PF já está agindo no Estado e virá mais gente.

O ministro demonstrou confiança e disse que há exemplos onde à integração conseguiu resultados positivos. Ele citou, como exemplo, o Estado do Espírito Santo, que recentemente passou por processo semelhante. "Não existe um milagre, mas um trabalho metódico que traga uma resposta imediata, pronta e forte", salientou. "Vai dar certo em Alagoas. Estamos fazendo todos os ajustes legais para conseguirmos uma resposta imediata", disse. O número de efetivo deslocado para Alagoas ainda é incerto – cerca de 30 a 50 homens, mas será decido nas primeiras reuniões do Gabinete, assegurou.