O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, informou que o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci será investigado como suspeito de envolvimento na quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa, mais conhecido como "Nildo", e deverá ser intimado a depôr nos próximos dias.

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"Ele continua merecendo o meu apreço pessoal, mas precisa ser investigado e será. Democracia é isso", disse, após participar da solenidade de comemoração dos 62 anos da Polícia Federal (PF). Segundo Bastos, Palocci prestou relevantes serviços à nação e foi um dos melhores ministros da Fazenda que o Brasil teve. Mas lembrou que a PF é uma instituição republicana de Estado e não pode proteger amigos, nem perseguir inimigos.

"É natural que ele (Palocci) seja investigado. Não estou dizendo isso como uma ordem que dei, mas como uma constatação. Todo mundo que estiver envolvido nesse, como em outros inquéritos, vai ser investigado", observou.

Em depoimento à polícia, o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Jorge Mattoso, confessou ter entregue em mãos ao ex-ministro da Fazenda os extratos bancários de "Nildo", que o acusara, em entrevista à Agência Estado, de freqüentar a mansão do Lago Sul alugada por lobistas de Ribeirão Preto para negócios ilícitos e festas com garotas de programa.

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Mattoso foi indiciado em dois artigos do Código Penal e Palocci corre o mesmo risco. O ministro da Justiça afirmou que continuará eqüidistante das investigações e disse que a população pode confiar na isenção da PF.

"Nunca interferi nenhuma vez, nem nessa nem nas outras investigações. É fundamental que a população tenha confiança nas instituições", afirmou, lembrando que a corporação tem realizado operações "fulminantes" em todo País e tem sido "implacável", nesses atos.

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"É assim que se constrói a democracia", acrescentou. Conforme Bastos, a PF é uma instituição de Estado e, no caso do inquérito sobre a violação do sigilo do caseiro, recebeu a mesma orientação das demais: "Investigar até o fim, dentro das normas do processo, com respeito ao Estado de direito e às leis do País "