Brasília – O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, comentou nesta sexta-feira (10) a investigação da Polícia Federal sobre a negociação do dossiê contra tucanos que resultou na quebra de sigilo telefônico do jornal Folha de S.Paulo. Segundo o ministro, os investigadores apuravam vários telefones que constavam na lista do ex-funcionário da campanha eleitoral de Lula, o ex-agente da PF Gedimar Passos, detido com o dinheiro da negociação em São Paulo. Mas após a checagem que o telefone não tinha relação com o caso, a investigação descartou o fato.
"Ontem liguei para o doutor Otávio Frias Filho (diretor editorial do jornal Folha de S.Paulo) em nome do governo para explicar a ele exatamente o que aconteceu. Trata-se de uma ação em curso feita sob grande pressão da sociedade, inclusive da imprensa que cobrava da Polícia Federal celeridade nas investigações. O que aconteceu é que vários telefones foram investigados no sentido de se descobrir de quem eles eram que estavam registrados no telefone de uma das pessoas que estava detida. Como a PF descobriu que aquilo um telefone de partes que tivessem interesse na investigação, descatou absolutamente", disse Bastos.
Ontem (9), a própria Polícia Federal anunciou que não trabalhava com a intenção de atentar contra o sigilo de fonte ou a liberdade de imprensa. Hoje, o ministro reafirmou: "a liberdade de imprensa para nós, tenho repetido muito isso, é um valor muito grande, muito importante. Ela tem a mais alta nobreza constitucional. A liberdade de imprensa é um valor com o qual não se pode transigir. E esses governo não transige com a liberade de imprensa. Temos o dever de defendê-la de assegurá-la e de sustentá-la em todos os momentos."