Presidentes de bancos centrais reunidos no Banco de Compensações Internacionais (BIS), em Basileia, na Suíça, chegaram a um acordo neste sábado para exigir capital extra dos maiores bancos do mundo. A ideia é torná-los mais seguros até 2019.
A exigência é parte de uma série de reformas regulatórias lançadas em resposta à crise financeira, que se agravou após a queda do banco Lehman Brothers em setembro de 2008, que forçou vários países a injetar dinheiro para salvar grandes bancos e impedir um colapso do sistema financeiro internacional. A proposta ainda precisará ser aprovada pelos líderes do Grupo dos 20, em novembro.
Pelo acordo, os chamados bancos sistemicamente importantes terão uma escala progressiva de exigência de aumento de capital. Essa exigência adicional irá de 1% a 2,5% de capital Tier 1 em ações ordinárias, dependendo da importância sistêmica de cada banco. Uma exigência extra de 1% será feita se o banco se tornar grande demais. Esses porcentuais se adicionam aos 7% de capital Tier 1 que o Comitê de Basileia III determinou que todas as instituições financeiras devem manter. Os bancos teriam até 2019 para atingir os níveis mais elevados de capital. O capital Tier 1 é uma medida da saúde financeira de um banco, do ponto de vista de um regulador. Ele consiste primariamente do capital próprio da instituição.
A exigência de capital extra proposta neste sábado pelo comitê traz alguma clareza para uma questão que tem sido muito discutida no escopo das propostas de reforma do sistema financeiro global. Vários líderes mundiais e banqueiros têm divergido acerca de quanto capital é necessário para os bancos evitar que uma crise como a de 2008 se repita.
Jean-Claude Trichet, presidente do Banco Central Europeu (BCE) e presidente do grupo, disse por meio de nota que “os acordos alcançados hoje vão ajudar a resolver as externalidades negativas e o risco moral colocados por bancos globais sistemicamente importantes.”
O BIS é uma organização guarda-chuva para os bancos centrais do mundo e em grande parte lidera a iniciativa de padrões mais elevados de exigências de capital para os bancos por meio do Comitê de Basileia de Supervisão Bancária. As informações são da Dow Jones e de agências internacionais.