Base governista diverge quanto a ações caso CPI seja instalada

A base governista na Câmara ainda não se entendeu sobre a melhor forma de atuação, caso seja instalada a CPI do Apagão Aéreo. Enquanto o PT costura um acordo com a oposição para ficar com a relatoria e dar a presidência ao PSDB, autor do pedido de CPI, o PMDB tem outra estratégia. Como maior partido da Câmara, o PMDB tem direito à presidência da CPI e não pretende abrir mão do cargo. A instalação da CPI depende de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Em primeiro lugar, tenho dúvida se o Supremo vai permitir a instalação da CPI. Se não permitir, vou insistir na criação de uma comissão especial para estudar o tema. Mas, se houver CPI, vou reivindicar a presidência para o PMDB. A bancada tem direito. Se o PT quiser ser generoso, pode ceder a relatoria ao PSDB", disse nesta quarta-feira (11) o líder da bancada peemedebista, Henrique Eduardo Alves (RN).

Um novo formato de investigação, com depoimentos mais curtos e o encaminhamento imediato ao Ministério Público das denúncias de corrupção, tem sido discutido entre PT e PSDB. Os tucanos aceitariam o novo modelo se assumissem a presidência da comissão provavelmente com o deputado Wanderley Macris (PSDB-SP), e um petista na relatoria, o deputado Cândido Vaccarreza (SP). "Eu fui eleito (líder) para defender os interesses da minha bancada. Não há por que o PMDB abrir mão da presidência da CPI, se ela acontecer", insistiu Henrique Eduardo Alves.

Embora a CPI seja um fator de desgaste para o governo, pois vai expor as fragilidades da atual gestão e investigar denúncias de irregularidades na Infraero, os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva se dizem tranqüilos com o fato de que terão ampla maioria na investigação. Com isso, poderão dificultar convocações de autoridades e quebras de sigilos fiscais e bancários, duas importantes atribuições das CPIs.

Se for instalada, a CPI do Apagão Aéreo será formada por 24 deputados. Pelo menos 15 serão da base do governo. Além disso, as lideranças governistas estão decididas a escolher a dedo seus representantes na CPI, evitando indicações de parlamentares que possam ter atuação independente, como aconteceu na CPI dos Correios.

"Vamos ter cuidado de escolher deputados menos emocionais e mais racionais", afirmou o líder do PMDB. A divisão da CPI entre os partidos é a seguinte: 12 titulares para o blocão formado por PMDB, PT, PP, PTB, PR e outros partidos; três do bloco governista PSB-PDT-PC do B; sete deputados do bloco oposicionista PSDB-PFL-PPS; um do PV e um do PSOL, também da oposição. A atuação do PV dependerá o parlamentar a ser escolhido para participar das investigações.

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