Brasília ? A base governista conseguiu rejeitar na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos, por seis votos a quatro, os requerimentos de convocação do banqueiro Daniel Dantas, do banco Opportunity, do empresário mineiro Marcos Valério, do ex-presidente da Caixa Econômica Federal Jorge Mattoso e do atual secretário de Direito Econômico, Daniel Goldberg.
Pela manhã, o senador Tião Viana (PT-AC) disse não ser contra a ida do banqueiro ao Congresso Nacional, mas considera que foge do foco de trabalho da CPI. De acordo com o objeto que permitiu a sua criação, a CPI dos Bingos deve investigar a utilização das casas de bingo para a prática de crimes de lavagem de dinheiro. Segundo o petista, Daniel Dantas poderia prestar esclarecimentos a outra comissão do Senado sobre o assunto, como é o caso da Corregedoria.
Os senadores da oposição queriam que Dantas esclarecesse, entre outros fatos, uma denúncia publicada pela revista Veja, de que o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares teria pedido entre R$ 40 e R$ 50 milhões ao banqueiro. O texto da revista ainda fala que o banqueiro teria uma lista de contas no exterior em nome de dirigentes, ministros e do próprio presidente Lula. No penúltimo final de semana, em Viena, o presidente criticou a matéria da revista. "A Veja não traz uma denúncia, traz uma mentira", disse.
Os requerimentos para ouvir o ex-presidente da Caixa Econômica Federal (CEF) Jorge Mattoso e o atual secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, Daniel Goldberg, se referiam à violação do sigilo bancário do caseiro Francenildo da Costa. O caso resultou na demissão de Mattoso e do ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci. Os dois foram indiciados pela Polícia Federal, que abriu inquérito para investigar o assunto.
Na mesma sessão, a CPI dos Bingos aprovou requerimento para ouvir Fabio Rodrigues Rolim, presidente da organização não-governamental Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social. A ONG é acusada de receber mais de R$ 336 mil da multinacional Gtech.
